Companhias Aéreas Assinam Grandes Contratos de Combustível Sustentável

Aviação Acelera Adoção de Combustível Sustentável com Grandes Contratos

A indústria da aviação está a fazer uma mudança significativa para a sustentabilidade, com grandes companhias aéreas a anunciar em 2025 contratos de compra substanciais para Combustível Sustentável de Aviação (SAF). Estes acordos representam um passo crucial na descarbonização do setor e abordam as emissões do ciclo de vida, volumes de compra e considerações de custos que foram durante muito tempo barreiras à adoção generalizada do SAF.

Grandes Companhias Aéreas Tomam a Liderança

Pelo menos uma dúzia de grandes companhias aéreas está agora a misturar ativamente SAF em rotas regulares, com a KLM, Delta, United, Lufthansa, JetBlue, Virgin Atlantic e Alaska Airlines na vanguarda. 'Estamos a passar de promessas para encomendas,' diz um analista da indústria a par dos desenvolvimentos. A KLM, que foi pioneira em voos com SAF em 2011, continua a operar voos regulares Amesterdão-Los Angeles com misturas de 30% de SAF, enquanto a United Airlines celebrou um enorme contrato de 260 milhões de galões de e-fuel com a Twelve por 14 anos.

A Delta Air Lines fez manchetes em março de 2025 com a sua primeira entrega de SAF na Ásia-Pacífico, assinando um acordo com a Cosmo Oil para 200 milhões de galões de SAF produzido a partir de óleo de cozinha usado recolhido localmente. 'Isto marca um passo importante no estabelecimento da cadeia de abastecimento doméstica de SAF do Japão,' observou um representante do Cosmo Energy Group. A Lufthansa optou pela abordagem inovadora de abastecer todas as viagens de pessoal da Airbus em voos domésticos com SAF, demonstrando o compromisso corporativo com a sustentabilidade.

Abordando o Problema da Oferta e do Custo

O mercado de SAF enfrenta o que os especialistas da indústria chamam de um problema do 'ovo e da galinha'. Atualmente, o SAF representa apenas 0,7% da produção total de combustível para aviação e custa 2 a 3 vezes mais do que o combustível de aviação convencional, com os preços a deverem permanecer elevados até 2030. A oferta limitada mantém os preços altos, enquanto os produtores precisam de compromissos de procura a longo prazo para aumentar a produção.

De acordo com uma meta-análise de 2025 publicada na ScienceDirect, a harmonização reduziu as incertezas para a maioria dos caminhos de SAF, exceto para o power-to-liquid com captura direta de ar (PtL-DAC), onde a fonte de hidrogénio permanece a principal incerteza. O estudo mostrou que os caminhos de bioenergia Fischer-Tropsch com captura e armazenamento de carbono (FT-BECCS), ésteres e ácidos gordos hidrogenados de óleo de cozinha usado (HEFA-UCO) e PtL-DAC podem alcançar emissões negativas de gases de efeito estufa (-9,8 a -122,4 g CO2eq/MJ).

'O prémio de custo é real, mas o imperativo ambiental também,' explica um responsável de sustentabilidade de uma grande companhia aérea europeia. 'Vemos que os caminhos de pirólise e HEFA mostram custos mais baixos (0,4–0,7 $/L) do que o combustível de aviação fóssil (0,75 $/L), o que nos dá esperança numa economia em melhoria.'

Iniciativas da Indústria e Pressão Regulamentar

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) lançou em junho de 2025 a plataforma Sustainable Aviation Fuel Matchmaker para facilitar a aquisição de SAF entre companhias aéreas e produtores. Esta plataforma central aborda a eficiência através de ligações simplificadas, a conectividade permitindo que os produtores publiquem volumes disponíveis, e a visibilidade com informações abrangentes sobre volumes de SAF, matérias-primas, tecnologia de produção e reduções de emissões.

Entretanto, a Aliança de Compradores de Aviação Sustentável (SABA) anunciou dois fluxos de aquisição para 2025: a Base de Dados SAFc Connect, que será lançada em março como uma plataforma de compra spot, e um RFP de SAF de Próxima Geração focado em e-fuels e biocombustíveis avançados com matérias-primas alternativas. Estas iniciativas baseiam-se no sucesso da aquisição da SABA em 2024, que garantiu quase 50 milhões de galões de SAF através de um investimento de mercado de 200 milhões de dólares.

Mandatos regulamentares também estão a impulsionar a adoção. A iniciativa ReFuelEU da União Europeia exige misturas de 2% de SAF até 2025, subindo para 6% até 2030. Singapura implementou uma taxa de 2 dólares por passageiro para apoiar o desenvolvimento de SAF, enquanto outros países estão a considerar medidas semelhantes.

Emissões do Ciclo de Vida e Considerações sobre Matérias-Primas

Os benefícios ambientais do SAF dependem fortemente das matérias-primas e dos métodos de produção. De acordo com o Relatório do Estado da Indústria de Combustível Sustentável de Aviação do NREL, o SAF pode alcançar reduções de gases de efeito estufa no ciclo de vida de até 80% em comparação com o combustível de aviação convencional. A indústria da aviação é responsável por cerca de 2-3% das emissões globais de CO2, tornando esta redução crucial.

A indústria enfrenta limitações significativas de matérias-primas, especialmente para ésteres e ácidos gordos hidrogenados (HEFA), que são cruciais para a produção de SAF. 'Estamos a explorar matérias-primas mais disponíveis, como biomassa lenhosa e resíduos agrícolas e municipais,' diz um desenvolvedor de SAF. 'A tecnologia avançada de e-fuels, que combina CO2 de resíduos com hidrogénio limpo, oferece uma solução promissora, embora ainda esteja em desenvolvimento e acarrete custos elevados.'

A produção global de SAF foi de 600 milhões de litros em 2023, representando apenas 0,2% do uso global de combustível de aviação. Até 2024, este número subiu para 1,3 mil milhões de litros (1 milhão de toneladas), representando 0,3% do consumo global de combustível de aviação. A IATA projeta que a procura global em 2025 duplicará de 300 para 600 milhões de litros à medida que mais companhias aéreas se comprometem com contratos de compra.

O Caminho a Seguir

Embora os desafios permaneçam, o fluxo de contratos de compra de SAF em 2025 sinaliza um ponto de viragem para a sustentabilidade da aviação. As companhias aéreas estão a ir além de compromissos voluntários para contratos vinculativos, criando a certeza de procura necessária para aumentar a produção. À medida que a produção aumenta e a tecnologia avança, espera-se que os custos diminuam, tornando o SAF mais acessível.

'Isto não é apenas sobre cumprir requisitos regulamentares,' conclui um executivo da aviação envolvido em negociações recentes. 'É sobre garantir o futuro da nossa indústria e mostrar um compromisso genuíno com a gestão ambiental. Os acordos que assinamos hoje moldarão a aviação durante décadas.'

A transição não acontece da noite para o dia, mas com grandes companhias aéreas a comprometerem-se com volumes substanciais, políticas de apoio a surgir globalmente e inovações tecnológicas a avançar, a aviação sustentável está finalmente a ganhar forma de forma significativa.