Incêndio mais mortal em Hong Kong em décadas no Wang Fuk Court: 146 mortos, mais de 40 desaparecidos. Incêndio destruiu sete torres residenciais durante reformas, levou a prisões e investigação de corrupção.
Incêndio mais mortal de Hong Kong em décadas
Quatro dias após um incêndio devastador no complexo residencial Wang Fuk Court no distrito de Tai Po em Hong Kong, o número de mortos subiu para 146 pessoas, com mais de 40 ainda desaparecidas. O incêndio, que começou em 26 de novembro de 2025, é o mais mortal em Hong Kong desde 1948 e supera o incêndio no edifício Garley em 1996, que matou 41 pessoas.
As equipes de resgate vasculharam quatro das sete torres afetadas de 32 andares, mas autoridades alertam que pode levar semanas para concluir a operação devido à baixa visibilidade e condições perigosas nos edifícios queimados. 'Os edifícios restantes são os mais difíceis,' disse um comandante da polícia durante uma coletiva de imprensa, enfatizando os desafios para os serviços de emergência.
Complexo residencial massivo em chamas
O complexo Wang Fuk Court abrigava aproximadamente 4.600 residentes em 2.000 apartamentos distribuídos por oito torres. O incêndio se espalhou rapidamente por sete dos edifícios que passavam por reformas extensas, onde materiais inflamáveis como isolamento de espuma e redes de proteção aceleraram as chamas. Autoridades prenderam 11 pessoas, incluindo diretores de empresas de construção e consultores técnicos, sob suspeita de homicídio culposo e corrupção relacionada ao uso de materiais inseguros.
O governo de Hong Kong providenciou moradia temporária para 1.800 residentes deslocados e planeja oferecer 2.000 unidades habitacionais substitutas a longo prazo. Toda a área do desastre permanece isolada enquanto investigações forenses e técnicas continuam, embora autoridades tenham confirmado que não há risco imediato de colapso.
Luto comunitário e homenagens
Um mar de flores se formou no local da tragédia enquanto residentes de Hong Kong formam filas de quilômetros para prestar suas homenagens. 'Nunca vi uma fila tão longa de pessoas querendo mostrar apoio,' relatou um jornalista local, descrevendo filas que chegavam a quase 2 quilômetros à noite.
No bairro circundante, residentes criaram displays memoriais com post-its nas janelas com mensagens como 'Hong Kong, força' e 'descanse em paz.' Esses displays trazem lembranças do Muro de Lennon dos protestos do guarda-chuva em Hong Kong em 2014, onde milhares de post-its expressavam sentimentos políticos.
Tensões políticas e prisões
A tragédia gerou tensões políticas, com a polícia prendendo um estudante de 24 anos que iniciou uma petição exigindo uma investigação independente sobre o incêndio e melhor fiscalização de canteiros de obras. O estudante é acusado de incitação após comentários críticos sobre a administração municipal.
Pequim alertou que usará as leis de segurança nacional para reprimir quaisquer protestos 'anti-chineses' após o desastre. Barracas da polícia apareceram em locais onde residentes anteriormente se reuniam para lamentar, e autoridades restringiram a distribuição de doações no local da tragédia.
A Comissão Independente Contra a Corrupção (ICAC) abriu investigações sobre possível má conduta e suborno relacionados ao projeto de reforma. Residentes haviam expressado preocupações sobre riscos de incêndio quase um ano antes da tragédia, com inspetores de trabalho realizando 16 inspeções e emitindo múltiplos avisos sobre as obras de reforma.
O incêndio levou 40 horas para ser completamente extinto e feriu 79 pessoas, incluindo 12 bombeiros. Um bombeiro morreu durante as operações de resgate. A tragédia levou a China a ordenar uma investigação nacional sobre riscos de incêndio em edifícios altos passando por reformas, com especialistas pedindo regulamentações de construção mais rigorosas e requisitos obrigatórios de retardamento de chama para materiais de construção.
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