Foto de Trump removida e restaurada em arquivos Epstein

O Departamento de Justiça dos EUA recolocou uma foto de Donald Trump nos arquivos Epstein após uma breve remoção, reacendendo debates sobre transparência e o processo de liberação de documentos.

Restauração de foto polêmica gera debate sobre transparência

O Departamento de Justiça dos EUA recolocou uma foto polêmica do ex-presidente Donald Trump na base de dados publicamente acessível de documentos Epstein, apenas um dia após sua remoção. A imagem, que mostra uma mesa com fotos emolduradas, incluindo uma de Trump visível em uma gaveta aberta, foi temporariamente retirada do ar em 20 de dezembro de 2025, provocando críticas imediatas da mídia e legisladores.

Remoção inicial e explicação oficial

O Subsecretário de Justiça Todd Blanche declarou inicialmente que a foto foi removida devido a preocupações sobre a possível identificação de mulheres que poderiam ser vítimas de Epstein. 'A remoção foi para investigar preocupações sobre mulheres na foto e não teve nada a ver com o presidente Trump,' enfatizou Blanche em um comunicado. No entanto, na noite de 21 de dezembro, o departamento anunciou no X (antigo Twitter) que a foto havia sido restaurada sem alterações ou edições.

A declaração oficial do Departamento de Justiça afirmou: 'Após revisão, foi determinado que não há evidências de que vítimas de Epstein apareçam na foto, e a foto foi republicada sem qualquer alteração ou edição.' Esta reviravolta ocorreu em meio a críticas crescentes sobre a transparência no processo de liberação dos documentos Epstein.

Contexto amplo da liberação de documentos Epstein

A controvérsia da foto ocorre dentro do quadro maior da liberação contínua de documentos Epstein sob a Lei de Transparência dos Arquivos Epstein, aprovada pelo Congresso no mês passado. Esta legislação exige que o Departamento de Justiça libere todos os documentos relacionados ao criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein dentro de 30 dias. A liberação, no entanto, é parcial e gradual, com muitos documentos pesadamente editados.

De acordo com relatórios da CBS News, pelo menos 15 arquivos desapareceram do site do DOJ após a liberação inicial, incluindo fotos do ex-presidente Bill Clinton e do Papa Francisco. Os documentos liberados incluem milhares de páginas de e-mails, relatórios policiais e transcrições do grande júri do período 2011-2018.

Reações políticas e fúria no Congresso

Legisladores de ambos os partidos expressaram fúria sobre a liberação parcial dos documentos. Vários membros do Congresso ameaçaram acusar a Procuradora-Geral Pam Bondi por desacato ao Congresso pelo que veem como conformidade inadequada com a lei de transparência. 'Esta liberação seletiva mina o objetivo da legislação que aprovamos,' disse um legislador democrata anônimo.

O caso Epstein continua atraindo intenso interesse público devido às conexões do financista com numerosas figuras poderosas. Jeffrey Epstein, que morreu em 2019 em sua cela enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual, manteve relações com figuras proeminentes, incluindo o Príncipe Andrew, Bill Clinton e Donald Trump.

Relação de Trump com Epstein

Embora a associação de Trump com Epstein remonte aos anos 90, quando eles socializavam regularmente em Mar-a-Lago, os documentos recém-liberados não contêm evidências que liguem Trump às atividades criminosas de Epstein. De acordo com a linha do tempo abrangente da TIME, Trump conheceu Epstein no final dos anos 80 e o descreveu em 2002 como um 'cara incrível'. Registros de voo mostram que Trump e sua família voaram no jato particular de Epstein em meados dos anos 90.

Transcrições recentemente liberadas da entrevista de Ghislaine Maxwell com o Departamento de Justiça revelam que ela descreveu Trump como 'sempre muito cortês e muito gentil' com ela, enquanto minimizava seu relacionamento com Epstein. Maxwell, que cumpre uma sentença de 20 anos de prisão por seu papel na operação de tráfico sexual de Epstein, afirmou nunca ter visto Trump na casa de Epstein ou em situações de massagem.

Preocupações contínuas de transparência

O incidente de restauração da foto destaca preocupações mais amplas sobre a transparência governamental em relação ao caso Epstein. Advogados das vítimas criticaram as extensas edições nos documentos liberados, argumentando que impedem a compreensão completa da rede e atividades de Epstein. 'Precisamos de transparência total, não de liberações seletivas que protegem pessoas poderosas,' disse um advogado das vítimas de Epstein que testemunhou perante o Congresso no início deste ano.

Enquanto o Departamento de Justiça continua com a liberação faseada de documentos, o escrutínio público permanece intenso. A restauração da foto de Trump, embora resolva uma controvérsia, levantou novas questões sobre os critérios usados para edições e remoções neste caso altamente sensível que continua atraindo atenção pública quase seis anos após a morte de Epstein.

Emma Dupont

Emma Dupont é uma dedicada repórter climática da França, reconhecida por sua defesa da sustentabilidade e pelo jornalismo ambiental impactante que inspira conscientização global.

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