Tragédia de incêndio em Hong Kong: 65 mortos, centenas desaparecidos

Incêndio fatal em torres residenciais de Hong Kong mata 65 pessoas, centenas desaparecidas. Andaimes de bambu e regulamentos de segurança desatualizados contribuíram para a rápida propagação. Três gestores de construção presos por negligência grosseira.

Incêndio devastador em torres residenciais deixa dezenas de mortos

Um incêndio catastrófico no complexo residencial Wang Fuk Court em Hong Kong causou a morte de pelo menos 65 pessoas, com centenas de outras ainda desaparecidas. Este é o incêndio mais mortal da cidade em décadas. O incêndio, que começou em 26 de novembro de 2025, ainda continua a devastar sete das oito torres do complexo no distrito de Tai Po, enquanto as operações de resgate entram em seu segundo dia.

Drama humano se desenrola

Sobreviventes e familiares enfrentam uma dor inimaginável enquanto buscam por entes queridos desaparecidos. 'Quando o incêndio começou, eu disse à minha esposa ao telefone para ela escapar. Mas quando ela saiu do apartamento, os corredores e escadas já estavam cheios de fumaça e estava escuro. Então ela teve que voltar para o apartamento,' disse Lawrence Lee, cuja esposa ainda está desaparecida.

A tragédia deixou famílias em uma incerteza dilacerante. Uma mulher de 52 anos que procurava por sua filha disse à Reuters: 'Ela e o pai ainda não saíram. Eles não tinham água suficiente para salvar nosso prédio.' Ela carregava uma foto de formatura da filha enquanto procurava em centros de abrigo de emergência.

Segurança estrutural sob investigação

As torres do Wang Fuk Court, construídas no início dos anos 80, estavam passando por grandes reformas no momento do incêndio. O complexo estava completamente envolto em andaimes de bambu, que especialistas dizem ter contribuído para a rápida propagação das chamas. De acordo com a CNN, a natureza altamente inflamável do bambu, combinada com a estação seca em Hong Kong, criou condições perfeitas para o fogo se espalhar verticalmente sem resistência.

Os edifícios são anteriores aos regulamentos modernos de segurança contra incêndio que exigem 'zonas de segurança contra incêndio' livres de fumaça e sistemas de sprinklers obrigatórios. Investigações preliminares revelaram o uso de materiais não conformes e altamente inflamáveis, particularmente isopor usado para vedar os vãos dos elevadores, o que acelerou a propagação do incêndio.

Resposta de emergência e prisões

Mais de 1.000 residentes foram evacuados para abrigos temporários enquanto 128 caminhões de bombeiros, 57 ambulâncias e 767 bombeiros chegaram ao local. A polícia prendeu três homens - dois diretores e um consultor de projetos da empreiteira de reformas - sob suspeita de homicídio culposo por 'negligência grosseira'.

O líder de Hong Kong, John Lee, anunciou medidas de emergência, incluindo fundos de apoio de 10.000 HKD (US$ 1.200) por família e um fundo de ajuda de 300 milhões de HKD (US$ 38,5 milhões). 'Realizaremos inspeções completas de todos os andaimes de bambu e consideraremos a transição para alternativas metálicas,' declarou Lee durante uma coletiva de imprensa.

Patrimônio cultural versus segurança

A tragédia reacendeu o debate sobre a tradição milenar de andaimes de bambu de Hong Kong. Embora celebrado como patrimônio cultural que remonta a 2.000 anos até a dinastia Han, a inflamabilidade do bambu tem recebido críticas crescentes. Hong Kong começou a eliminar gradualmente os andaimes de bambu em projetos de construção pública no início deste ano, citando 'fraquezas intrínsecas', incluindo propriedades mecânicas inconsistentes e alta inflamabilidade.

Enquanto as operações de busca e resgate continuam, a comunidade lamenta enquanto as autoridades enfrentam questões difíceis sobre regulamentos de segurança de construção e o equilíbrio entre tradição cultural e normas modernas de segurança em uma das cidades mais densamente povoadas do mundo.

Amelia Johansson

Amelia Johansson é uma escritora sueca especializada em educação e políticas públicas. Suas análises perspicazes conectam pesquisas acadêmicas com a implementação prática nos sistemas escolares.

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