Trump substitui sistematicamente funcionários públicos por lealistas

O governo Trump está substituindo sistematicamente funcionários públicos de carreira por lealistas políticos em várias agências federais, testando limites legais e levantando preocupações sobre a independência de instituições não-partidárias.

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Purga sistemática no serviço público federal

A administração Trump está conduzindo uma campanha sistemática para substituir funcionários de carreira por lealistas políticos, marcando uma mudança sem precedentes na governança americana. Nos últimos meses, altos funcionários de várias agências federais foram demitidos ou removidos, incluindo diretores de bancos centrais, chefes de inteligência e líderes de saúde pública.

Demissões direcionadas em diversas agências

Entre os afetados está a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Susan Monarez, que recentemente foi destituída de seu cargo apesar de se recusar a renunciar. Isso segue ações semelhantes contra a chefe do Bureau of Labor Statistics, Erika McEntarfer, que foi demitida após publicar números de emprego que desapontaram o governo. O padrão se estende a oficiais de inteligência, com o diretor da Defense Intelligence Agency (DIA) sendo demitido após relatórios que irritaram o presidente Trump.

Lealdade acima da expertise

Segundo o especialista em América Paul Verhagen, isso representa uma mudança fundamental na abordagem. "Administrações anteriores podem ter visto a burocracia como ineficiente, mas isso é sobre testes de lealdade," explica ele. "Funcionários que não foram nomeados pelo próprio Trump são vistos como lealistas de Biden e devem sair." A estratégia do governo parece priorizar a fidelidade política sobre a expertise profissional, levantando preocupações sobre a independência das agências federais.

Desafios legais e precedentes históricos

A base legal para essas demissões enfrenta desafios significativos. O caso da Suprema Corte Humphrey's Executor v. United States de 1935 determinou que presidentes não podem demitir funcionários de agências independentes sem causa justa. No entanto, a administração Trump está testando esses limites, com decisões judiciais recentes sugerindo que presidentes podem ter poderes de demissão mais amplos do que se pensava anteriormente.

Independência do Federal Reserve sob pressão

Talvez o mais significativo seja que o governo tenha direcionado funcionários do Federal Reserve, incluindo Lisa Cook, que recebeu uma carta de demissão mas se recusa a renunciar e entrou com uma ação judicial contra Trump. Especialistas jurídicos observam que a Suprema Corte recentemente reafirmou a independência do Fed, tornando uma demissão bem-sucedida improvável, mas sinalizando a determinação do governo em exercer controle sobre a política monetária.

Implicações mais amplas para a governança

Esta substituição sistemática de funcionários de carreira por nomeações políticas representa uma mudança fundamental em como o governo federal funciona. Críticos alertam que isso pode minar a natureza não-partidária do serviço público e potencialmente comprometer a qualidade da governança. As ações do governo se alinham com o Project 2025, uma iniciativa da Heritage Foundation que pede a substituição de funcionários baseados em mérito por lealistas políticos.

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