Um novo estudo alerta que o enfraquecimento da Corrente do Golfo pode levar a invernos mais frios na Europa, com quedas significativas de temperatura e maior variabilidade climática, enquanto o resto do mundo continua a aquecer.

A corrente oceânica do Atlântico, da qual a Corrente do Golfo faz parte, está se mostrando muito mais instável do que se pensava anteriormente. Um enfraquecimento da Corrente do Golfo pode tornar a Europa uma exceção em um mundo que está aquecendo, com um aquecimento mais lento ou até mesmo resfriamento, especialmente no inverno. Um novo estudo investiga como os extremos de temperatura na Europa podem mudar como resultado disso.
Estudos recentes sugerem que a Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico (AMOC), incluindo a Corrente do Golfo, é mais sensível do que o esperado. O aumento da precipitação e o derretimento do gelo da Groenlandia estão tornando a água do Atlântico Norte menos salgada e densa, o que enfraquece a AMOC. Isso pode levar a invernos mais frios na Europa, com uma expansão sul do gelo marinho que reflete mais luz solar e causa mais resfriamento.
Um estudo da Universidade de Utrecht e do KNMI modelou diferentes cenários e mostrou que, sob emissões moderadas (RCP4.5), as temperaturas de inverno na Holanda podem cair até 15°C em casos extremos. Sob altas emissões (RCP8.5), no entanto, o efeito sobre as temperaturas europeias pode ser menos severo devido à água do oceano mais quente, que limita a expansão do gelo marinho.
O estudo destaca a possibilidade de maiores contrastes de temperatura entre o norte e o sul da Europa, tempestades mais fortes e temperaturas diárias mais variáveis. Também alerta para menos precipitação e um aumento mais rápido do nível do mar no Oceano Atlântico Norte.
Embora o estudo forneça primeiras percepções, mais pesquisas são necessárias para confirmar a probabilidade de um colapso da AMOC e os impactos climáticos completos. Para resultados interativos, visite amocscenarios.org.