
Trabalhadores portuários em Marseille se recusaram a lidar com equipamentos militares destinados a Israel. Hoje, uma carga foi rejeitada de um navio que seguiria para Israel. "Somos a favor da paz e contra as guerras. Recusamo-nos a colaborar com o genocídio promovido pelo governo israelense," declarou o sindicato CGT.
A carga consistia em 19 paletes de peças metálicas para armas automáticas, segundo o CGT. Essas peças teriam sido fabricadas pela empresa francesa Eurolinks e deveriam ser enviadas para Haifa, Israel, para entrega à Israel Military Industries, um importante fornecedor do exército israelense.
"Na manhã de quarta-feira, fomos informados sobre essa carga," disse o porta-voz do CGT, Christophe Claret, à AFP. "Identificamos o contêiner com as peças militares e o isolamos."
Jornalistas investigativos da Disclose relataram que, no início deste ano, houve dois carregamentos militares semelhantes de Marseille para Haifa. "Há a possibilidade de que esse equipamento seja usado contra civis em Gaza," observou o site.
O presidente francês Macron pediu um cessar-fogo em Gaza e insistiu que nenhuma arma seja fornecida a Israel que possa ser usada na guerra contra o Hamas. "Você não pode pedir um cessar-fogo e, ao mesmo tempo, fornecer armas de guerra," disse Macron.
Em outubro de 2023, a França enviou equipamentos militares para Israel, com o ministro da Defesa, Lecornu, afirmando inicialmente que eram para revenda a outro país. Mais tarde, ele revisou sua declaração e disse que o equipamento seria montado em Israel e reenviado à França.
Trabalhadores portuários e a Disclose temem que o equipamento acabe nas mãos do exército israelense. "A França não tem meios para verificar se o equipamento está sendo usado por Israel," relatou a Disclose.
Nem o porto de Marseille nem a Eurolinks responderam à recusa. Políticos de esquerda elogiaram a ação, com o partido socialista francês afirmando: "Humanismo não está à venda."