EUA bombardeiam supostos barcos de drogas no Pacífico

EUA realizam ataques mais letais na campanha antidrogas de Trump, com 14 mortes em bombardeios a supostos barcos de drogas no Pacífico. Especialistas jurídicos questionam legalidade das operações militares.

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Ataque mais letal na campanha antidrogas de Trump

O exército americano realizou em 27 de outubro de 2025 três ataques separados contra quatro supostos navios de tráfico de drogas no leste do Oceano Pacífico, resultando em 14 mortes. Este é o ataque marítimo mais letal até agora na crescente campanha militar do presidente Donald Trump contra drogas ilegais. O Secretário de Defesa Pete Hegseth confirmou que uma pessoa sobreviveu aos ataques, que ocorreram em águas internacionais sem baixas entre militares americanos.

Expansão das operações militares

Estes últimos ataques elevam o total para 13 ataques aéreos a barcos e pelo menos 57 mortes desde que a campanha começou no início de setembro. 'Estes narcoterroristas mataram mais americanos que a Al-Qaeda, e serão tratados da mesma forma,' disse Hegseth em uma publicação em mídia social com imagens dos ataques. O secretário de defesa afirmou que os navios 'eram conhecidos pelas agências de inteligência, operavam ao longo de rotas conhecidas de tráfico de drogas e transportavam substâncias entorpecentes.'

A operação marca uma expansão geográfica significativa em relação a ataques anteriores no Mar do Caribe para o leste do Oceano Pacífico - uma rota importante para o tráfico de cocaína de grandes produtores como Colômbia e Peru. 'O país é o próximo,' declarou o presidente Trump durante uma reunião recente na Casa Branca, indicando possível escalada para operações terrestres.

Controvérsia jurídica e política

Os ataques receberam fortes críticas de democratas e especialistas jurídicos que questionam a legalidade do uso de força militar letal contra alvos que não representam ameaça direta. 'Isto representa uma mudança fundamental no tratamento do tráfico de drogas como problema de aplicação da lei para enquadrá-lo como ação militar contra terroristas,' observou a especialista jurídica Rebecca Hamilton em uma análise para Just Security.

O governo Trump justificou estas ações classificando cartéis de drogas como 'combatentes ilegais' e comparando-os à Al Qaeda. No entanto, o governo não apresentou evidências públicas de que os indivíduos visados eram membros de cartéis ou que os navios transportavam drogas.

Acúmulo militar na região

Em um desenvolvimento relacionado, o presidente Trump ordenou que o porta-aviões USS Gerald Ford se desloque do Mediterrâneo para o Caribe, alimentando especulações sobre possível ação militar terrestre na Venezuela. O inédito desdobramento militar na região levantou questões sobre se o verdadeiro objetivo da operação é combater drogas ou derrubar o líder venezuelano Nicolás Maduro.

Autoridades mexicanas coordenaram o resgate do único sobrevivente dos últimos ataques, embora permaneça incerto se essa pessoa será extraditada para os Estados Unidos. Os ataques representam uma ruptura dramática com métodos tradicionais da guarda costeira que geralmente incluem tiros de advertência, fogo incapacitante, abordagem e prisões para processamento.

Enquanto o governo Trump continua sua agressiva campanha antidrogas, especialistas jurídicos alertam que estes ataques estabelecem precedentes perigosos para autoridade presidencial unilateral de empregar força letal sem supervisão do congresso ou justificativa legal adequada sob o direito internacional.

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