EUA intensifica operações antinarcóticos no Caribe com porta-aviões

EUA intensificam operações antinarcóticos no Caribe, destruindo embarcação de drogas e enviando porta-aviões USS Gerald R. Ford para a região, em meio a críticas sobre legalidade internacional.

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Operações militares americanas escalam nas águas do Caribe

As forças armadas dos Estados Unidos intensificaram sua campanha contra o tráfico de drogas no Caribe com um novo ataque que destruiu uma embarcação e matou seis supostos traficantes de drogas. O Secretário de Defesa Hegseth anunciou a operação através das redes sociais e declarou que os alvos eram membros da organização criminosa venezuelana Tren de Aragua, que os EUA designaram como organização terrorista no início deste ano.

Crescente presença militar

Este é o décimo ataque deste tipo nos últimos meses, com três ataques ocorrendo apenas esta semana. O número de mortos nessas operações chega agora a pelo menos 46 pessoas. 'Se você é um terrorista das drogas, vamos tratá-lo como tratamos a al-Qaeda,' advertiu Hegseth em sua declaração. 'Dia e noite, vamos mapear suas redes, rastreá-lo e matá-lo.'

A administração Trump expandiu significativamente a presença militar na América Central com o envio de cinco navios da marinha, incluindo três navios de ataque com várias aeronaves. Além disso, a CIA recebeu autorização para operações secretas na Venezuela.

Envio de porta-aviões indica escalada

Em uma escalada significativa, o Secretário Hegseth anunciou que o porta-aviões USS Gerald R. Ford está sendo transferido do Mediterrâneo para o Caribe. O porta-aviões da classe Ford, o maior navio de guerra do mundo, representa um aumento substancial do poder de fogo americano na região.

O navio tem 337 metros de comprimento e pode transportar mais de 75 aeronaves, incluindo caças furtivos F-35C Lightning II e helicópteros MH-60R Seahawk. O destacamento reforça o compromisso do governo com o que chama de 'guerra contra os cartéis'.

Preocupações com o direito internacional

Os ataques receberam fortes críticas de organizações de direitos humanos e especialistas jurídicos. A Human Rights Watch descreveu as operações como 'execuções extrajudiciais ilegais,' enquanto o deputado democrata Adam Smith exigiu uma investigação do Congresso sobre os ataques no Caribe.

'Ainda não foram apresentadas evidências de que essas embarcações representavam uma ameaça imediata aos Estados Unidos que justificasse o uso da força militar,' declarou Smith. 'Há uma falta impressionante de transparência.'

De acordo com o direito internacional, as nações têm o direito à autodefesa contra ataques armados, mas especialistas jurídicos argumentam que o contrabando de drogas normalmente não se enquadra nessa categoria. As operações ocorrem em águas internacionais, levantando questões sobre jurisdição e proporcionalidade.

Contexto político e relações com a Venezuela

O presidente Trump acusou o presidente venezuelano Nicolás Maduro de controlar o Tren de Aragua e ofereceu US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Maduro. O presidente venezuelano nega essas acusações e afirma que os EUA querem derrubar seu governo.

A administração caracterizou o conflito como um 'conflito armado' com cartéis de drogas em memorandos internos, de acordo com reportagens da Associated Press. Essa enquadramento permite um uso mais amplo do poder militar sob a legislação americana.

O vice-presidente Vance respondeu no mês passado às críticas sobre as operações dizendo a um crítico nas redes sociais: 'Não me importo como você chama isso.' Essa postura desdenhosa em relação às preocupações jurídicas alarmou ativistas de direitos humanos e alguns membros do Congresso.

O envio do USS Gerald R. Ford sugere que a administração pretende continuar e possivelmente expandir essas operações, apesar da crescente preocupação internacional sobre sua legalidade e implicações para os direitos humanos.

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