Ataque dos EUA a barco caribenho deixa primeiros sobreviventes

EUA realizam sexto ataque no Caribe contra suposto barco de drogas, primeiro com sobreviventes. Trump autoriza operações da CIA na Venezuela durante tensões crescentes e preocupações jurídicas.

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Operações militares americanas escalam em águas caribenhas

O exército americano realizou seu sexto ataque a um suposto navio de contrabando de drogas no Mar do Caribe, sendo o primeiro ataque com sobreviventes desde que a controversa operação começou em setembro. De acordo com várias notícias, duas ou três pessoas sobreviveram ao ataque de quinta-feira, com unidades de busca e resgate militar americano enviadas para o local. 'Esta é a primeira vez que vimos sobreviventes nessas operações,' disse um funcionário americano anonimamente à Reuters.

Crescente controvérsia sobre base legal

O governo Trump justificou esses ataques classificando cartéis de drogas como 'combatentes ilegais' no que descrevem como um 'conflito armado não-internacional'. No entanto, especialistas jurídicos e organizações de direitos humanos expressaram sérias preocupações sobre a legalidade dessas operações. 'Esses ataques são assassinato, puro e simples,' disse Hina Shamsi, diretora do Projeto de Segurança Nacional da ACLU.

O último incidente ocorre em meio a um significativo aumento militar na região, com os EUA enviando oito navios de guerra, caças F-35, um submarino nuclear e aproximadamente 10.000 tropas para o Caribe. Antes deste ataque, pelo menos 27 pessoas foram mortas em cinco ataques americanos confirmados a supostos navios de drogas desde o início de setembro.

Autorização da CIA e tensões regionais

O presidente Trump confirmou mais cedo esta semana que autorizou operações secretas da CIA na Venezuela, citando preocupações com tráfico de drogas e alegações de que a Venezuela estaria 'esvaziando suas prisões nos Estados Unidos'. O governo ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que acusam de controlar o cartel de drogas Tren de Aragua.

A Venezuela condenou veementemente tanto os ataques militares quanto a autorização da CIA. 'Estas são execuções extrajudiciais e violações graves do direito internacional,' declarou Maduro em resposta aos anúncios de Trump. O governo venezuelano apresentou uma queixa formal ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, solicitando uma investigação sobre o que chama de 'ações militares ilegais' e buscando apoio para a soberania da Venezuela.

Reação internacional e preocupações no Congresso

Legisladores de ambos os partidos expressaram preocupações com a abordagem do governo. Vários senadores questionaram a base legal para os ataques e a falta de autorização do Congresso para ações militares que, segundo alguns, podem escalar para um conflito mais amplo. O governo não forneceu evidências detalhadas apoiando as alegações de que os navios atacados transportavam drogas.

A situação representa uma escalada significativa nas relações EUA-Venezuela, que estão tensas desde que Maduro assumiu o poder. O governo Trump continua a reconhecer a Assembleia Nacional eleita em 2015, embora tenha parado de reconhecer a reivindicação presidencial do líder de oposição Juan Guaidó em 2023 quando o governo interino foi dissolvido.

Enquanto as tensões no Caribe continuam a aumentar, organizações de direitos humanos e especialistas jurídicos internacionais pedem mais transparência e conformidade com o direito internacional no que parece ser uma campanha militar em expansão contra redes de tráfico de drogas supostas.

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