Empresas europeias agora principais fornecedoras de armas para a Ucrânia

Empresas de defesa europeias agora fornecem a maioria das armas para a Ucrânia, com 72% dos contratos recentes destinados a produtores da UE/Ucrânia. Essa mudança segue a suspensão das doações americanas e reflete o crescimento da capacidade de defesa europeia.

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Indústria de defesa europeia fortalece apoio à Ucrânia

Novos dados mostram uma mudança significativa na origem da ajuda militar à Ucrânia. As empresas de defesa europeias agora fornecem a maioria das armas que chegam a Kiev, de acordo com o recente relatório do Instituto Kiel. Essa transição marca uma evolução estratégica de estoques doados para compras diretas de fabricantes.

Mudança na produção quantificada

Entre maio e junho de 2025, os países europeus destinaram €10,5 bilhões em ajuda militar à Ucrânia. Pelo menos €4,6 bilhões foram gastos em novos contratos de defesa, dos quais 72% foram para produtores europeus ou ucranianos. Isso representa um aumento significativo em relação aos meses anteriores, embora os pesquisadores indiquem que uma maior transparência possa ter contribuído para esse crescimento.

Implicações estratégicas

A mudança ocorre após a suspensão das doações militares americanas com o retorno do presidente Trump. "O apoio militar à Ucrânia depende cada vez mais da capacidade de produção de defesa", explica Taro Nishikawa, do Instituto Kiel alemão. Os países europeus preencheram o déficit de financiamento e agora são os principais apoiadores militares da Ucrânia.

Complexidades de licenciamento

O especialista em defesa Patrick Bolder destaca que muitas empresas europeias operam sob acordos de licenciamento americanos: "A questão é quanto da produção é puramente europeia." No entanto, o setor de defesa europeu ganhou impulso após uma resposta inicial lenta ao conflito. A indústria agora está posicionada como fornecedora sustentável de armas para a Ucrânia.

Integração da indústria ucraniana

O setor de defesa doméstico de Kiev tornou-se um parceiro crucial, especialmente em tecnologia de drones. A Holanda comprometeu €400 milhões para programas conjuntos de desenvolvimento de drones. Bolder chama isso de "ganha-ganha": "Apoia economicamente a Ucrânia e oferece à Europa sistemas testados."

Revisão geopolítica

A mudança reflete uma revisão estratégica mais ampla. Com a incerteza do envolvimento americano sob Trump, os países europeus estão fortalecendo sua autossuficiência em defesa. "Ao gastar dinheiro dos contribuintes", observa Bolder, "as empresas europeias merecem preferência." Esse reposicionamento marca uma nova fase na estratégia de aquisição de defesa da Ucrânia.

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