Protestos mundiais após a interceptação por Israel de uma frota de ajuda humanitária a Gaza com mais de 400 ativistas. Os protestos resultaram em violência na Itália, detenções em massa na Holanda e grandes manifestações em toda a Europa.

Protestos Internacionais Seguem Operação Naval Israelense
Protestos massivos eclodiram em vários continentes após a interceptação por Israel da Frota Global Sumud, uma missão humanitária que tentava romper o bloqueio marítimo de Gaza. A marinha israelense interceptou em 2 de outubro de 2025 aproximadamente 40 barcos com mais de 400 ativistas em águas internacionais, provocando condenação internacional imediata e protestos da Austrália à Europa.
Reação Internacional e Consequências Políticas
A interceptação levou a repercussões diplomáticas em todo o mundo. A Colômbia expulsou todos os diplomatas israelenses restantes e cancelou um acordo comercial, enquanto a Turquia chamou as ações de Israel de 'um ato de terrorismo'. Espanha e Bélgica convocaram representantes israelenses devido ao incidente. 'Esta é uma clara violação do direito internacional e dos princípios humanitários,' declarou a ministra das Relações Exteriores da Espanha, María Jesús Montero, durante uma coletiva de imprensa.
Entre os ativistas presos estavam figuras proeminentes como a ativista climática sueca Greta Thunberg, a ex-prefeita de Barcelona Ada Colau, a eurodeputada Rima Hassan e o neto de Nelson Mandela, Mandla Mandela. Autoridades israelenses defenderam a operação e afirmaram que o bloqueio marítimo impede que o Hamas importe armas e que as ações da frota representam 'provocações e truques' em vez de missões humanitárias reais.
Protestos Europeus Resultam em Violência
Na Itália, vários protestos escalaram para confrontos violentos. Os incidentes mais graves ocorreram em Bolonha, onde a polícia militar usou gás lacrimogêneo para impedir que manifestantes alcançassem a estação ferroviária. 'Manifestantes atiraram pedras, placas de trânsito, bombas de fumaça e garrafas contra as linhas policiais,' relataram autoridades locais. Serviços ferroviários foram suspensos em Florença, Bolonha e Trento quando manifestantes ocuparam a infraestrutura ferroviária.
Na França, milhares de pessoas se reuniram na Place de la République em Paris, muitas acenando com bandeiras palestinas. O protesto terminou com a polícia usando gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. A emissora francesa BFMTV relatou que a situação ficou cada vez mais tensa com a chegada da noite.
Protestos na Espanha e Detenções na Holanda
A Espanha teve algumas das maiores concentrações, com milhares de manifestantes tanto em Barcelona quanto em Madri. Em Barcelona, a polícia interveio quando manifestantes tentaram bloquear uma rodovia importante. O protesto em Madri permaneceu pacífico até o final, quando a polícia carregou contra manifestantes que se recusaram a sair.
Na Holanda, a polícia deteve mais de 200 manifestantes pró-palestinos na estação central de Haia. 'O clima estava sombrio e os manifestantes cometeram ações transgressoras que poderiam prejudicar os interesses de outros,' declarou um porta-voz da polícia. De acordo com a Dutch News, manifestantes ocuparam plataformas e trilhos, paralisando serviços ferroviários por horas. Um manifestante foi detido por insultar a polícia e por violência contra agentes, resultando em um policial ferido.
Solidariedade Global e Implicações Futuras
Os protestos refletem uma crescente preocupação internacional com a situação humanitária em Gaza. Os organizadores da Frota Global Sumud descreveram sua missão como o transporte de 'ajuda humanitária simbólica para protestar contra o cerco ilegal de Israel e o genocídio contínuo em Gaza'. Israel, entretanto, mantém que toda ajuda humanitária pode ser fornecida por meio de canais oficiais e que o bloqueio marítimo é necessário por razões de segurança.
Enquanto ativistas presos passam por procedimentos de deportação, o incidente reacendeu debates sobre bloqueios marítimos, acesso humanitário e métodos apropriados de protesto em zonas de conflito. Com mais protestos planejados em toda a Europa neste fim de semana, a comunidade internacional acompanha de perto este último capítulo no prolongado conflito de Gaza.