Milhares de israelenses protestaram em todo o país por um cessar-fogo e acordo de reféns com o Hamas, bloqueando rodovias e queimando pneus. As manifestações seguem condenações internacionais às ações militares de Israel e crescente isolamento diplomático.

Dia Nacional de Perturbação Paralisa Israel
Milhares de manifestantes israelenses paralisaram o país durante um "Dia de Perturbação" coordenado que exigia ação imediata do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Os protestos, organizados sob o slogan "Israel Fica Junto", pediam um cessar-fogo negociado com o Hamas e a libertação dos reféns restantes em Gaza.
Timing Estratégico e Ampliação da Participação
As manifestações começaram exatamente às 6h29, o momento preciso em que o Hamas lançou seu ataque terrorista em 7 de outubro de 2023. Os manifestantes bloquearam rodovias importantes em todo o país, queimaram pneus e leram os nomes dos reféns ainda mantidos em cativeiro. A rodovia Ayalon em Tel Aviv testemunhou protestos particularmente intensos, com pneus em chamas causando grandes interrupções no tráfego e exigindo intervenção policial.
Resposta do Governo e Reunião do Gabinete de Segurança
Apesar da enorme pressão pública, o gabinete de segurança de Netanyahu reuniu-se pela primeira vez em semanas, mas não tomou decisões importantes sobre o acordo de reféns. Ministros-chave de partidos de extrema-direita estiveram visivelmente ausentes da reunião. O governo concentrou-se em avaliações de segurança regional enquanto planejava uma grande ofensiva contra a Cidade de Gaza.
Contexto Internacional e Isolamento Crescente
Os protestos ocorrem em meio a crescentes condenações internacionais às ações militares de Israel, especialmente após ataques recentes ao hospital Nasser em Gaza, que mataram 20 pessoas, incluindo jornalistas e profissionais de saúde. Vários países ocidentais, incluindo França, Reino Unido, Canadá e Austrália, anunciaram planos para reconhecer o Estado palestino na próxima Assembleia Geral da ONU, isolando ainda mais Israel diplomaticamente.
Crise Humanitária e Condições dos Reféns
Vídeos recentes mostrando reféns israelenses famintos chocaram a nação e intensificaram as demandas por ação. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha expressou alarme com as condições em deterioração e pediu acesso imediato para fornecer alimentos e medicamentos aos prisioneiros. Enquanto isso, Gaza enfrenta uma grave crise de fome, com mais de 180 mortes relacionadas à desnutrição relatadas.
Divisão Política e Sentimento Público
Organizadores dos protestos afirmam que 80% dos israelenses apoiam suas demandas por um cessar-fogo e acordo de reféns. Muitos acusam Netanyahu de priorizar a sobrevivência política sobre os interesses nacionais, com alguns sugerindo que ele está sendo manipulado por parceiros de coalizão de extrema-direita que defendem o controle permanente de Israel sobre Gaza.
O Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos continua pressionando o governo, enfatizando que libertações anteriores de reféns foram resultado de pressão pública, não de ação militar. À medida que o conflito se aproxima de seu segundo ano, a crescente oposição doméstica sinaliza um ponto de virada crítico na opinião pública israelense sobre a abordagem do governo à guerra.