Finlândia, Suécia e Noruega colaboram em uma ferrovia da OTAN para melhorar a logística militar contra ameaças russas, enfrentando desafios como diferenças na largura dos trilhos e altos custos.

Finlândia, Suécia e Noruega estão planejando construir uma ferrovia que ligará a Finlândia, passando pela Suécia, até o porto norueguês sem gelo de Narvik. O projeto visa facilitar o transporte rápido de tropas da OTAN para a fronteira escandinava com a Rússia, de acordo com o especialista em defesa John Daly, da fundação americana The Jamestown Foundation. 'As rotas de abastecimento militar da Finlândia são atualmente vulneráveis, o que destaca a importância desta ferrovia proposta para a OTAN.'
A construção da ferrovia deve durar até o final de 2030, com a União Europeia financiando até 50% do planejamento e cerca de 30% da construção. Os custos totais são estimados em bilhões de euros. O comando militar finlandês reconhece a vulnerabilidade das rotas de abastecimento, com 90% do material de defesa chegando pelo Mar Báltico. 'Se esta área marítima for bloqueada - e as forças armadas devem considerar essa possibilidade - cinco milhões de cidadãos finlandeses dependerão do transporte via Noruega e Suécia', afirmou um general norueguês.
Um grande desafio é a diferença na largura dos trilhos. A maioria dos países da UE usa a largura padrão de 1.435 mm, enquanto Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia e Ucrânia usam 1.524 mm, um padrão do Império Russo do século XIX. A adaptação à largura europeia custaria à Finlândia entre 14 e 18,5 bilhões de euros e levaria de dois a quatro anos, dependendo do financiamento e das soluções técnicas.
Enquanto isso, a Rússia intensifica suas atividades militares ao longo da fronteira finlandesa, especialmente no Istmo da Carélia, e constrói novas ferrovias perto das fronteiras com Finlândia e Noruega, além do sul de São Petersburgo, próximo à Estônia.