SpaceX lança 10.000º satélite em meio a críticas crescentes

A SpaceX lançou seu 10.000º satélite Starlink, um marco importante na cobertura global de internet. A conquista, no entanto, ocorre em meio a preocupações crescentes sobre detritos espaciais, poluição luminosa que afeta a astronomia e impactos ambientais da reentrada de satélites.

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SpaceX atinge marco histórico com 10.000º lançamento de satélite

A SpaceX alcançou um marco significativo em seu ambicioso projeto Starlink ao colocar seu 10.000º satélite em órbita terrestre em 20 de outubro de 2025. O lançamento histórico ocorreu durante uma missão dupla onde dois foguetes Falcon 9 decolaram com horas de diferença a partir de Cabo Canaveral, Flórida e da Base da Força Espacial Vandenberg, Califórnia, cada um transportando 28 satélites Starlink. Isso eleva o número total de satélites em órbita terrestre baixa para 10.006, dos quais aproximadamente 8.680 estão atualmente ativos e operacionais.

Expansão da cobertura global de internet

A rede Starlink agora representa cerca de 70% de todos os satélites ativos globalmente e atende mais de 7 milhões de assinantes em todo o mundo. 'Este marco demonstra nosso compromisso em fornecer conectividade de banda larga global, especialmente em áreas subatendidas e remotas,' disse um porta-voz da SpaceX. O serviço tem sido particularmente crucial em zonas de conflito como a Ucrânia, onde forneceu comunicações vitais no campo de batalha.

A SpaceX continua inovando em sua tecnologia de satélites, atualmente implantando satélites V2 Mini e planejando lançar satélites V3 ainda maiores em foguetes Starship a partir do próximo ano. A empresa recentemente solicitou à FCC autorização para lançar mais 15.000 satélites para seu serviço direto ao dispositivo usando espectro de serviço de satélite móvel obtido da EchoStar.

Preocupações e críticas crescentes

Detritos espaciais e impactos ambientais

Apesar da conquista tecnológica, a SpaceX enfrenta críticas crescentes de astrônomos, ambientalistas e especialistas em segurança espacial. 'Vemos até quatro satélites Starlink entrando na atmosfera por dia, e essa tendência só aumentará à medida que a rede cresce,' alerta o astrônomo Jonathan McDowell. Embora a maioria dos satélites queime com segurança na atmosfera, especialistas se preocupam com a poluição atmosférica por partículas de óxido de alumínio liberadas e o crescente problema de detritos espaciais.

A frequência crescente de reentradas atmosféricas não controladas levanta questões urgentes sobre o gerenciamento de lixo espacial. 'Várias vezes por ano assumimos esse risco para pessoas na Terra,' disse McDowell ao Daily Galaxy, destacando os riscos de segurança potenciais de detritos em queda.

Interferência astronômica

Astrônomos relatam que os satélites Starlink causam problemas significativos para pesquisas científicas através de poluição luminosa e interferência de radiofrequência. Os satélites criam faixas brilhantes em imagens telescópicas e emitem radiação eletromagnética que interfere em observações de radioastronomia. 'A escala do problema exige soluções mais amplas,' de acordo com especialistas citados pela Scientific American.

Apesar dos esforços da SpaceX para mitigar esses problemas através de mudanças de design como materiais escuros e filmes espelhados dielétricos, astrônomos dizem que mais melhorias são necessárias. A situação é descrita como um 'Velho Oeste' com regulamentação mínima, afetando observatórios globais e ameaçando a descoberta de fenômenos cósmicos inesperados.

Expansão futura e desafios regulatórios

A SpaceX planeja expandir a rede Starlink para 12.000 satélites e possivelmente até 34.400 no futuro. O ritmo de lançamentos da empresa acelerou dramaticamente, com 132 lançamentos do Falcon 9 apenas este ano. Um booster do Falcon 9 recentemente completou seu 31º voo, com certificação planejada para até 40 voos.

No entanto, a rápida expansão enfrenta obstáculos regulatórios e escrutínio internacional. O Centro para a Proteção do Céu Escuro e Silencioso da União Astronômica Internacional está colaborando com empresas para abordar essas preocupações, mas especialistas enfatizam que a cooperação internacional é essencial, pois o problema afeta observatórios globais.

Enquanto a SpaceX celebra este marco, o debate entre avanço tecnológico e a preservação de capacidades de pesquisa científica e segurança espacial continua. A empresa mantém seu compromisso com operações espaciais responsáveis enquanto busca sua visão de conectividade global de internet.

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