Pelo menos 16 mortos em incêndio em fábrica de roupas em Bangladesh com saídas de emergência trancadas e explosão química. Destaca preocupações contínuas de segurança na segunda maior indústria de roupas do mundo.

Incêndio Devastador em Fábrica de Roupas em Dhaka Mata 16
Um incêndio devastador em uma fábrica de roupas na capital de Bangladesh, Dhaka, matou pelo menos dezesseis pessoas e deixou três outras feridas, de acordo com autoridades. O incêndio começou em 14 de outubro de 2025 em um prédio de vários andares que abrigava tanto um depósito químico quanto uma instalação de produção de roupas na área industrial de Mirpur.
Os bombeiros receberam os primeiros chamados de emergência por volta das 11h45, horário local, e lutaram por horas contra as chamas intensas, empregando doze caminhões de bombeiros para controlar o fogo. Os corpos foram encontrados no segundo e terceiro andares da fábrica, tão gravemente carbonizados que testes de DNA serão necessários para identificação.
Falhas de Segurança e Riscos Químicos
O comandante dos bombeiros Mohammad Tajul revelou falhas alarmantes de segurança após o desastre. 'As vítimas não conseguiram chegar ao telhado porque uma porta de grades que levava até lá estava trancada,' declarou ele em um comunicado oficial. 'Houve uma explosão química que liberou gases, fazendo com que as pessoas perdessem a consciência e não pudessem escapar.'
Testemunhas relataram que a área de armazenamento químico continha alvejante em pó, materiais plásticos e peróxido de hidrogênio - substâncias frequentemente usadas na produção de roupas para processos de tingimento e branqueamento. De acordo com Independent, nem a fábrica nem o depósito químico tinham planos de segurança contra incêndio adequados ou aprovações.
Indústria Têxtil Problemática de Bangladesh
Esta tragédia destaca as preocupações contínuas de segurança na enorme indústria de roupas de Bangladesh, que é a segunda maior do mundo depois da China. O setor emprega aproximadamente 4 milhões de trabalhadores, principalmente mulheres, e contribui significativamente para a economia do país com exportações de US$ 50 bilhões em 2024.
A indústria tem um histórico problemático de acidentes industriais, incluindo o colapso do Rana Plaza em 2013 que matou mais de 1.100 trabalhadores. Apesar de acordos internacionais de segurança, a fiscalização permanece inconsistente. 'Quando ouvi sobre o incêndio, corri imediatamente para lá. Mas ainda não a encontrei. Só quero minha filha de volta,' contou um pai desesperado à Reuters enquanto procurava por sua filha desaparecida do lado de fora da fábrica.
Acordos Internacionais de Segurança
Em resposta a desastres anteriores, o Acordo de Bangladesh foi estabelecido em 2013 como um pacto legalmente vinculante entre marcas de moda e sindicatos. O acordo exige inspeções de segurança independentes e requer que as fábricas mantenham saídas de emergência adequadas e equipamentos de combate a incêndio. De acordo com o Worker Rights Consortium, esta estrutura de segurança vinculante transformou fábricas perigosas em locais de trabalho mais seguros através de inspeções que revelaram mais de 140.000 violações de segurança.
O acordo foi renovado por mais seis anos em novembro de 2023, mas não está claro se a fábrica envolvida nesta última tragédia estava sob o acordo ou para quais marcas ela produzia.
Preocupações com Trabalho Infantil
O incidente também levanta questões sobre trabalho infantil na indústria. De acordo com a UNICEF, aproximadamente 1,7 milhão de crianças de 5 a 17 anos trabalham na indústria de roupas de Bangladesh. Embora não se saiba se havia crianças entre as vítimas, as estatísticas destacam problemas sistêmicos no setor.
Enquanto as operações de resgate continuam e as famílias aguardam notícias sobre seus entes queridos, esta tragédia serve como um lembrete angustiante da necessidade urgente de padrões de segurança melhorados e melhor fiscalização das regulamentações existentes na vital indústria de roupas de Bangladesh.