Trump e Príncipe Andrew Aparecem na Maior Liberação de Documentos Epstein

DOJ liberou 29.000 documentos Epstein: Trump voou mais vezes no jato de Epstein e Príncipe Andrew buscou 'amigos inapropriados' via Maxwell.

Maior Liberação de Documentos Epstein Até Agora Implica Figuras Poderosas

O Departamento de Justiça dos EUA liberou o maior conjunto de documentos relacionados a Jeffrey Epstein até o momento - 29.000 arquivos incluindo documentos e vídeos - que revelam novos detalhes sobre as conexões entre o criminoso sexual condenado e figuras poderosas como o ex-presidente Donald Trump e o príncipe britânico Andrew. A liberação ocorre após o Congresso aprovar legislação no mês passado que obriga o departamento a tornar públicos materiais do caso Epstein, após anos de batalhas legais sobre transparência na investigação de tráfico de pessoas de alto nível.

Voos Extensivos de Trump com Epstein Revelados

Uma das revelações mais importantes é um e-mail interno de um promotor federal de janeiro de 2020 alertando que Donald Trump havia voado 'muito mais frequentemente' no jato particular de Epstein do que se sabia anteriormente. De acordo com registros de voo obtidos por investigadores, Trump fez pelo menos oito voos no avião de Epstein entre 1993 e 1996, incluindo um voo onde apenas Epstein, Trump e uma mulher de 20 anos foram listados como passageiros.

Os documentos mostram que Ghislaine Maxwell - cúmplice condenada de Epstein que cumpre pena de 20 anos por tráfico sexual - também estava a bordo em pelo menos quatro desses voos. Outro documento faz referência a uma foto de Trump e Maxwell descoberta em 2021 no iPhone do ex-assessor de Trump, Steve Bannon. 'Só queria que você soubesse que os registros de voo que recebemos ontem mostram que Donald Trump viajou no jato particular de Epstein com muito mais frequência do que foi relatado até agora,' escreveu o promotor anônimo na comunicação interna.

Trump negou anteriormente ter voado no avião de Epstein, que ganhou o apelido de 'Lolita Express' devido à prática de Epstein de levar mulheres jovens para sua ilha particular no Caribe. O ex-presidente tentou minimizar sua antiga amizade com Epstein desde que o financista enfrentou novas acusações de abuso sexual infantil antes de sua morte na prisão em 2019.

Pedido do Príncipe Andrew por 'Amigos Inapropriados'

Os documentos também contêm comunicação notável de alguém identificado como 'A em Balmoral' - presumivelmente o príncipe Andrew - escrevendo em agosto de 2001 da propriedade real na Escócia. O indivíduo descreve estar 'em acampamento de verão com a família real' e 'exausto de todas as atividades durante o dia inteiro.'

Em um e-mail para Maxwell, 'A' pergunta se ela tem mais 'amigos inapropriados' para ele, e expressa entusiasmo em ir a algum lugar onde esteja 'quente e ensolarado, com algumas pessoas legais, antes que eu tenha que voltar ao trabalho no outono.' Maxwell responde que infelizmente só encontrou 'amigos apropriados', o que gera a resposta: 'Terrível.'

Embora o remetente seja listado apenas como 'O homem invisível,' várias pistas apontam para o príncipe Andrew. O endereço de e-mail usa um provedor que também aparece no livro de endereços de Epstein sob a entrada 'Duque de York'. O remetente também menciona que recentemente 'deixou a RN' - Andrew havia acabado de deixar a Marinha Real naquele momento.

Contexto do Caso Epstein

Jeffrey Epstein era um financista condenado por tráfico sexual de menores que cometeu suicídio em uma cela de Manhattan em 2019 enquanto aguardava julgamento por acusações federais. Sua cúmplice Ghislaine Maxwell foi condenada em 2021 por seu papel em recrutar e preparar meninas menores de idade para a rede de abuso de Epstein. O caso atraiu intensa atenção devido às conexões de Epstein com indivíduos ricos e poderosos na política, negócios e círculos reais.

De acordo com a Britannica, Maxwell ajudou Epstein a obter centenas de meninas para exploração sexual em suas propriedades em Nova York, Flórida e nas Ilhas Virgens Americanas. A página da Wikipedia sobre Jeffrey Epstein menciona sua extensa rede social que incluía numerosas figuras proeminentes que foram questionadas sobre suas associações com ele.

Guia do Departamento de Justiça e Contexto Político

O Departamento de Justiça adicionou um guia de leitura a esta liberação de documentos, enfatizando que alguns materiais contêm 'falsidades e alegações sensacionalistas' sobre Trump que surgiram antes das eleições presidenciais de 2020. 'Se fossem minimamente críveis, já teriam sido usadas contra ele,' afirma o guia.

Esta liberação segue meses de pressão política, com Trump inicialmente resistindo à divulgação de documentos antes de mudar abruptamente de curso em novembro. Os documentos oferecem a visão mais abrangente até agora da extensão das conexões de Epstein com figuras políticas, embora muitas perguntas permaneçam sem resposta sobre qual conhecimento específico esses indivíduos tinham sobre as atividades criminosas de Epstein.

Especialistas jurídicos observam que, embora os documentos revelem conexões sociais e padrões de viagem, eles não indicam necessariamente comportamento criminoso pelas pessoas mencionadas. No entanto, as revelações continuam a alimentar o interesse público em um dos casos de tráfico sexual mais notórios da história moderna, com implicações que continuam a repercutir em círculos políticos e reais em ambos os lados do Atlântico.

Sara Johansson

Sara Johansson é uma premiada jornalista sueca conhecida por suas narrativas imersivas e aprofundadas sobre mudanças climáticas e patrimônio cultural. Ela ensina jornalismo narrativo na Universidade de Lund.

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