Grandes Varejistas Não Cumprem Metas de Embalagem para 2025
À medida que 2025 avança, grandes varejistas como Walmart, Target e Amazon enfrentam a dura realidade de que suas metas ambiciosas de redução de embalagens são mais difíceis de alcançar do que o esperado. Apesar de anos de promessas de sustentabilidade e compromissos públicos, esses gigantes do varejo estão reduzindo suas expectativas e adiando prazos para o futuro.
'Vemos uma tempestade perfeita de restrições na cadeia de suprimentos, complexidade regulatória e padrões de comportamento do consumidor que tornam esses objetivos incrivelmente difíceis,' diz a especialista em sustentabilidade de embalagens, Dra. Elena Rodriguez. 'O que parecia viável no papel cinco anos atrás agora colide com os limites do mundo real.'
A Revolução da Cadeia de Suprimentos Que Não Aconteceu
Os varejistas vislumbravam transformações profundas na cadeia de suprimentos que reduziriam as embalagens em todos os estágios—da produção à distribuição e às prateleiras das lojas. O Walmart, por exemplo, almejava 100% de embalagens de marca própria recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até 2025, mas atualmente atinge apenas 68%. A empresa relatou ter usado quase 1,07 milhão de toneladas de plástico virgem em 2023, em grande parte devido ao crescimento em categorias de produtos alimentícios.
O relatório de sustentabilidade da Target para 2025 revela problemas semelhantes. A varejista não está atingindo várias metas-chave de embalagem, incluindo tornar todas as embalagens plásticas de marca própria recicláveis, compostáveis ou reutilizáveis (atualmente 34% versus meta de 100%), reduzir o uso de plástico virgem em 20% (ainda 10% acima da linha de base) e incorporar pelo menos 20% de material reciclado pós-consumo (atualmente 13%).
'A cadeia de suprimentos não é apenas sobre mover produtos—é sobre redesenhar fluxos completos de materiais,' explica o analista de cadeia de suprimentos Michael Chen. 'As empresas estão descobrindo que embalagens sustentáveis exigem que tudo seja repensado, desde as fontes de materiais até a educação do consumidor.'
Parcerias de Reciclagem Enfrentam Problemas de Infraestrutura
As parcerias dos varejistas com organizações de reciclagem expuseram limitações significativas de infraestrutura. A Sustainable Packaging Coalition (SPC) lançou recentemente um Fórum de Varejistas com grandes empresas como Amazon, Walmart, CVS Health e Target para abordar os desafios das embalagens sustentáveis. Seu primeiro projeto foca no desenvolvimento de filmes flexíveis de embalagem sustentável com baixos requisitos de barreira—materiais frequentemente usados para produtos como sacos de polietileno e embalagens de refil.
No entanto, os sistemas atuais de reciclagem só conseguem processar embalagens flexíveis à base de polietileno, o que cria um gargalo para a inovação. 'Estamos presos entre possibilidades tecnológicas e realidades de infraestrutura,' observa a veterana da indústria de reciclagem Sarah Johnson. 'Novos materiais precisam de novas capacidades de processamento, e esse investimento leva tempo.'
Recicladores especializados como Ridwell e Girls With Glass surgem para preencher lacunas nos sistemas municipais de reciclagem para formatos difíceis de reciclar, mas essas permanecem soluções de nicho em vez de mudanças sistêmicas.
Impacto no Consumidor: Disposição vs. Ação
A pesquisa global de consumidores da McKinsey sobre sustentabilidade de embalagens para 2025 revela um quadro complexo. Embora as considerações ambientais permaneçam importantes, preço e qualidade ainda são os fatores dominantes que influenciam as decisões de compra. Segurança alimentar e vida útil são as características de embalagem mais críticas para os consumidores globalmente.
A reciclabilidade é vista como o atributo de sustentabilidade mais importante, com vidro e papel tendo pontuações altas em todas as geografias como materiais sustentáveis. Apesar de as considerações ambientais terem pontuação mais baixa do que em pesquisas anteriores, a maioria dos consumidores afirma estar disposta a pagar mais por embalagens sustentáveis, especialmente as gerações mais jovens (Geração Z e millennials) e consumidores de maior renda.
'Há uma lacuna significativa entre o que os consumidores dizem querer e o que realmente compram,' observa a pesquisadora de comportamento do consumidor, Dra. Lisa Park. 'Quando precisam escolher entre embalagens sustentáveis e preços mais baixos, a maioria ainda escolhe a última opção.'
O Caminho a Seguir: De Voluntário para Obrigatório
A indústria está em transição de iniciativas voluntárias para conformidade obrigatória, impulsionada por leis de Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR) em estados como Califórnia e Maine. O Relatório de Tendências 2025 da Sustainable Packaging Coalition identifica quatro tendências principais que moldam as embalagens sustentáveis enquanto a indústria avança de compromissos de 2025 para 2030.
Primeiro, embalagens reutilizáveis estão voltando nos setores de bebidas espirituosas e beleza, com empresas como ecoSPIRITS e Estée Lauder liderando iniciativas. Segundo, o design de embalagens está se afastando de abordagens agnósticas de materiais, com marcas como Google e Takeda estabelecendo limites claros de materiais. Terceiro, a saúde dos materiais está se tornando central nas políticas de embalagem. Quarto, recicladores especializados preenchem lacunas nos sistemas municipais de reciclagem.
'A era das vitórias fáceis em sustentabilidade acabou,' conclui o consultor de embalagens David Miller. 'O que vemos agora é o trabalho árduo da mudança sistêmica—redesenhar cadeias de suprimentos, reconstruir infraestrutura e reformar expectativas dos consumidores. As metas de 2025 podem estar mudando, mas a direção é clara: menos embalagem, melhores materiais e sistemas circulares.'
À medida que os varejistas se reagrupam e recalibram suas estratégias de sustentabilidade, a jornada de redução de embalagens continua—apenas não de acordo com o cronograma originalmente previsto. As lições aprendidas com esses desafios de 2025 provavelmente moldarão metas mais realistas e viáveis para 2030 e além.