Último ataque aumenta número de mortos em campanha antidrogas
O exército americano realizou novamente um ataque contra um suposto barco de tráfico de drogas no Oceano Pacífico, resultando na morte de três pessoas descritas como 'terroristas masculinos do narcotráfico' de acordo com o Comando Central dos EUA. O Secretário de Defesa Pete Hegseth autorizou o ataque, que segundo o exército ocorreu em águas internacionais contra um navio envolvido no tráfico ilegal de drogas em rotas conhecidas.
Campanha militar em escalada
Este incidente mais recente marca o 21º ataque desde setembro no que se tornou uma campanha militar contínua contra supostos barcos de drogas. As operações causaram até agora pelo menos 83 mortes, com o governo Trump justificando as ações como necessárias para se defender contra remessas de drogas supostamente originárias da Venezuela e outros países latino-americanos.
'Estamos defendendo nossa nação contra esses narcoterroristas que querem inundar nosso país com drogas perigosas,' declarou um porta-voz do Pentágono durante um briefing recente.
Conexão com Venezuela e especulação sobre mudança de regime
As ações militares ocorrem em meio a tensões crescentes com a Venezuela. O Secretário de Estado Marco Rubio, um crítico declarado de líderes de esquerda na América Latina, descreveu recentemente o presidente venezuelano Nicolás Maduro como um 'líder ilegítimo' em uma publicação nas redes sociais. Rubio acusou Maduro de liderar o Cartel dos Sóis, uma suposta organização de tráfico de drogas venezuelana composta por altos funcionários governamentais e militares.
No entanto, o governo venezuelano nega veementemente essas acusações, e até mesmo o Conselho Nacional de Inteligência dos EUA relatou que os cartéis de drogas não são liderados por Maduro. A situação levou a especulações de que o governo Trump pode estar buscando uma mudança de regime na Venezuela sob o pretexto de operações antidrogas.
Preocupações jurídicas e internacionais
Os ataques receberam críticas de organizações de direitos humanos e especialistas jurídicos que questionam sua legalidade. O chefe de direitos humanos da ONU alertou sobre 'fortes indícios' de execuções extrajudiciais e pediu investigação sobre possíveis violações do direito internacional dos direitos humanos.
Estudiosos do direito apontam que os ataques ocorrem em águas internacionais sem justificativa jurídica transparente ou autorização do Congresso. O governo declarou um 'conflito armado' contra cartéis de drogas e alega autoridade para ataques letais com base em uma conclusão classificada do Departamento de Justiça.
Desenvolvimentos diplomáticos
Apesar das ações militares, o presidente Trump indicou estar aberto ao diálogo com Maduro, dizendo 'Poderíamos ter algumas conversas com ele, e ver como isso funciona.' Isso sugere possível engajamento diplomático mesmo enquanto as operações militares continuam.
Os EUA enviaram recursos militares significativos para a região, incluindo o porta-aviões USS Gerald R. Ford e aproximadamente 12.000 militares como parte da Operação Southern Spear. A Venezuela respondeu mobilizando 200.000 tropas e planeja ativar 4,5 milhões de milicianos em exercícios defensivos.
A situação permanece instável, com a comunidade internacional acompanhando de perto os desenvolvimentos no que representa um dos confrontos militares mais significativos no hemisfério ocidental nos últimos anos.