Aumento histórico nos gastos de defesa da OTAN
Os líderes da OTAN fizeram um compromisso revolucionário para aumentar drasticamente os gastos de defesa na aliança, comprometendo-se durante a cúpula de 2025 em Haia a atingir 5% do PIB até 2035. Isso representa uma grande escalada em relação à meta anterior de 2% estabelecida durante a cúpula do País de Gales em 2014 e surge de crescentes preocupações de segurança sobre as capacidades militares da Rússia e a agressão contínua na Ucrânia.
O novo quadro de gastos está estruturado como uma abordagem de duas partes: 3,5% do PIB para gastos militares essenciais, incluindo pessoal, equipamento, operações e manutenção, mais 1,5% adicional para investimentos relacionados à segurança em cibersegurança, proteção de infraestrutura crítica, resiliência da cadeia de suprimentos e inovação em defesa. 'Este é um salto quântico que é ambicioso, histórico e fundamental para garantir nosso futuro,' disse o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, em seus comentários finais.
Partilha de encargos e unidade da aliança
A cúpula abordou com sucesso preocupações de longa data sobre uma partilha justa de encargos dentro da aliança, especialmente após pressão dos Estados Unidos. Todos os 32 estados membros da OTAN, exceto a Espanha, comprometeram-se com as novas metas de gastos, com a Espanha recebendo uma isenção temporária enquanto mantém seu nível atual de gastos de 2,1%.
O presidente americano Donald Trump desempenhou um papel fundamental em pressionar pelos compromissos aumentados, com o secretário-geral Rutte reconhecendo que 'O Presidente Trump foi claro sobre sua expectativa de que os aliados europeus e o Canadá contribuíssem mais.' O acordo representa uma resposta estratégica a avaliações de inteligência que sugerem que a Rússia poderia estar pronta para atacar a OTAN dentro de 3-7 anos.
Planos de melhoria de capacidades
Os gastos aumentados financiarão melhorias críticas de capacidades em múltiplos domínios. Os ministros da defesa concordaram com novas metas ambiciosas de capacidades que priorizam sistemas de defesa aérea, caças modernos, tanques de combate, drones avançados e estoques extensos de munição. A aliança também se comprometeu a fortalecer sua base industrial de defesa e remover barreiras comerciais para facilitar a cooperação transatlântica.
O ministro da defesa da Estônia, Hanno Pevkur, enfatizou a urgência, dizendo 'Os países bálticos já aumentaram seus gastos, e agora precisamos trabalhar juntos para tornar esse entendimento mais claro entre todos os aliados.' Vários países já haviam dado passos em direção às novas metas antes da cúpula, com a Polônia aumentando os gastos de defesa para 4,7% do PIB e a Holanda comprometendo-se a atingir 3,5% com investimentos adicionais em segurança.
Processo de implementação e avaliação
O compromisso de gastos inclui uma linha do tempo de implementação estruturada com roteiros nacionais exigidos de cada estado membro. O progresso será formalmente avaliado em 2029 com base no ambiente estratégico em evolução e nos requisitos de capacidades atualizados. O acordo também integra contribuições de defesa para a Ucrânia nos cálculos de gastos, reconhecendo o apoio contínuo a Kiev como parte da segurança coletiva.
O foco renovado da OTAN se estende além das capacidades militares tradicionais para incluir tecnologias emergentes como inteligência artificial e computação quântica, bem como riscos de segurança climática, especialmente na região ártica. A aliança manteve sua abordagem cautelosa em relação ao envolvimento com parceiros do Indo-Pacífico sobre preocupações com a China, enquanto reafirmou que a dissuasão nuclear permanece a pedra angular da segurança coletiva.
A Declaração da Cúpula de Haia representa a mudança mais significativa na postura de defesa da OTAN desde o fim da Guerra Fria e estabelece o tom para uma arquitetura de segurança transatlântica transformada. Como o secretário-geral Rutte enfatizou, a aliança deve 'mudar para uma mentalidade de guerra e turbinar nossa produção de defesa e gastos de defesa' para enfrentar os complexos desafios de segurança que temos pela frente.