França prende tripulação de navio sombra russo por drones

Tropas francesas prenderam tripulação do petroleiro russo Boracay da frota sombra, suspeita de envolvimento em incidentes com drones que perturbaram aeroportos dinamarqueses. O navio estava na lista negra da UE.

Marinha francesa aborda navio russo sancionado na costa oeste

Militares franceses detiveram dois membros seniores da tripulação do petroleiro russo Boracay, um navio identificado como parte da 'frota sombra' da Rússia usada para contornar sanções ocidentais. O navio que navegava sob bandeira do Benim foi abordado por tropas francesas em Saint-Nazaire, na costa oeste francesa, onde estava ancorado há vários dias.

O presidente francês Emmanuel Macron confirmou as prisões durante uma cúpula da UE em Copenhague e declarou que a tripulação é suspeita de 'crimes muito graves' relacionados a incidentes recentes com drones que perturbaram o espaço aéreo dinamarquês. O Boracay esteve posicionado de 22 a 25 de setembro na costa dinamarquesa, coincidindo com voos misteriosos de drones que forçaram o fechamento temporário de vários aeroportos dinamarqueses.

Operações da frota sombra sob investigação

O Boracay representa uma preocupação crescente para autoridades de segurança europeias - a frota sombra da Rússia de petroleiros antigos usados para exportar petróleo enquanto contornam sanções impostas após a invasão da Ucrânia. Macron enfatizou que 'a frota sombra da Rússia de 600-1.000 navios representa dezenas de bilhões de euros e compõe 40% do esforço de guerra da Rússia' de acordo com reportagem do Le Monde.

O navio, também conhecido como Pushpa e Kiwala, foi colocado na lista negra da União Europeia em fevereiro de 2025 e havia sido anteriormente detido pelas autoridades da Estônia por navegar sem registro válido. Construído em 2007, o petroleiro de 244 metros partiu em 20 de setembro do porto russo de Primorsk e estava a caminho da Índia antes de ser interceptado pelas tropas francesas.

Procedimentos legais e implicações de segurança

Promotores franceses em Brest abriram uma investigação focada na incapacidade da tripulação de justificar a nacionalidade do navio e na recusa em cooperar com as autoridades. O capitão e o primeiro oficial arriscam penalidades incluindo um ano de prisão e multas de até €150.000.

O incidente ocorre em meio a crescentes preocupações de segurança europeias após múltiplas violações de drones no espaço aéreo da OTAN. Conforme relatado pela Al Jazeera, a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen declarou que ela 'de forma alguma pode excluir que a Rússia esteja por trás' dos incidentes com drones que afetaram vários aeroportos, incluindo Copenhague e Aalborg.

Autoridades da OTAN responderam defendendo mais investimentos em sistemas de defesa aérea especificamente projetados para combater ameaças de drones. A aliança recentemente implantou caças holandeses e poloneses para interceptar drones russos no espaço aéreo europeu, destacando a crescente sofisticação das ameaças aéreas para o continente.

O caso Boracay representa uma das principais ações de aplicação contra a frota sombra da Rússia até agora, demonstrando a disposição europeia de enfrentar operações de evasão de sanções que financiam as atividades militares de Moscou. Como observou a analista de segurança Maria Kovalenko: 'Esta prisão envia uma mensagem clara de que a Europa não tolera operações secretas que ameaçam nossa infraestrutura de segurança'.

Alexander Silva

Alexander Silva é um renomado jornalista especializado em economias latino-americanas. Suas análises perspicazes oferecem perspectivas valiosas sobre o cenário financeiro da região.

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