A Ucrânia realizou seu primeiro ataque a um petroleiro da frota sombra russa no Mar Mediterrâneo, marcando uma grande expansão de sua campanha marítima. Fontes do SBU afirmam que o petroleiro Qendil sofreu danos críticos em um ataque de drone a 2.000 km da Ucrânia.
Ucrânia expande guerra marítima com primeiro ataque no Mediterrâneo
Em uma escalada significativa de sua campanha marítima, a Ucrânia atacou pela primeira vez um petroleiro da 'frota sombra' russa no Mar Mediterrâneo, o que representa uma importante expansão das operações de guerra de Kiev para além da região do Mar Negro. De acordo com fontes do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), o alvo foi o petroleiro Qendil, que foi atacado com drones aéreos em 19 de dezembro de 2025 enquanto navegava em águas neutras, a aproximadamente 2.000 quilômetros do território ucraniano.
O alvo: Qendil e a frota sombra da Rússia
O Qendil, um petroleiro de 250 metros de comprimento que navega sob a bandeira de Omã, estava supostamente vazio no momento do ataque, mas faz parte da extensa rede da frota sombra russa, usada para contornar sanções internacionais. 'Este navio estava sendo usado pela Rússia para contornar as sanções europeias e gerar receita para sua máquina de guerra,' disse uma fonte do SBU à Reuters. A frota sombra consiste em centenas de navios antigos com estruturas de propriedade e seguros ocultos, permitindo que a Rússia continue exportando petróleo apesar das restrições ocidentais.
De acordo com a Wikipedia, a frota sombra russa mais do que triplicou de tamanho desde 2022, com estimativas apontando para 1.100 a 1.400 navios no final de 2023. Esses navios frequentemente operam com seguradoras 'desconhecidas' e desligam regularmente seus sistemas de identificação automática, criando riscos significativos para a segurança marítima.
Significado estratégico do ataque
Este ataque no Mediterrâneo representa uma mudança estratégica na abordagem da Ucrânia para perturbar a economia de guerra russa. 'Pela primeira vez, demonstramos nossa capacidade de atingir alvos russos em águas internacionais, longe de nossa costa,' declarou um funcionário anônimo da defesa ucraniana. O ataque ocorreu enquanto o Qendil estava a caminho de Port Said, no Egito, destacando as crescentes capacidades de inteligência e o potencial de ataque de longo alcance da Ucrânia.
O SBU afirma que o ataque causou 'danos críticos' que deixaram o petroleiro temporariamente inoperante. 'O navio sofreu danos estruturais significativos que exigem reparos extensos antes de poder retornar ao serviço,' confirmou a fonte do SBU à editora de mídia ucraniana Suspilne.
Contexto mais amplo: A campanha marítima em expansão da Ucrânia
Este ataque no Mediterrâneo segue uma série de operações marítimas ucranianas bem-sucedidas nas últimas semanas. Apenas alguns dias antes, em 15 de dezembro, a Ucrânia afirmou ter neutralizado um submarino russo da classe Kilo no porto do Mar Negro de Novorossiysk usando inovadores drones subaquáticos 'Sub Sea Baby'. 'Desenvolvemos novas capacidades que nos permitem atacar ativos navais russos, mesmo em portos fortemente defendidos,' disse o porta-voz da marinha ucraniana, Dmytro Pletenchuk.
De acordo com a reportagem da CNN, o ataque ao submarino marcou o primeiro uso bem-sucedido de drones subaquáticos contra um alvo naval submerso. A Rússia negou danos significativos, mas imagens de satélite mostraram danos substanciais na área do cais onde o submarino estava atracado.
Reações internacionais e implicações
O ataque levantou preocupações sobre potenciais riscos ambientais e a expansão das zonas de conflito. No entanto, funcionários ucranianos enfatizaram que o Qendil estava vazio no momento do ataque, minimizando os impactos ambientais. 'Selecionamos alvos cuidadosamente para evitar desastres ecológicos enquanto maximizamos a pressão econômica sobre a Rússia,' explicou um representante do SBU.
Analistas de segurança marítima observam que a capacidade da Ucrânia de atacar alvos no Mediterrâneo representa um desenvolvimento significativo. 'Isso mostra que a Ucrânia não está mais limitada ao teatro do Mar Negro e pode projetar poder nas rotas marítimas internacionais,' disse o especialista em segurança marítima Mikhail Voitenko. 'Isso forçará a Rússia a repensar como protege seus navios da frota sombra.'
O ataque ocorre em meio a esforços diplomáticos para encerrar a guerra, com líderes europeus supostamente discutindo garantias de segurança para a Ucrânia. Alguns analistas sugerem que esses sucessos militares podem fortalecer a posição de negociação da Ucrânia, demonstrando que ela mantém sua capacidade de inovação militar, apesar de estar em desvantagem na linha de frente.
Perspectivas futuras
A Ucrânia parece determinada a continuar sua campanha contra a frota sombra russa. O SBU mantém um catálogo de aproximadamente 1.240 navios que operam como parte dessa rede a partir de novembro de 2025, sugerindo que mais ataques são possíveis. 'Continuaremos a mirar em navios que ajudam a financiar a agressão da Rússia contra nosso país,' prometeu o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy em um discurso recente.
À medida que o conflito entra em seu quarto ano, as capacidades marítimas em expansão da Ucrânia representam tanto uma conquista tática quanto um aviso estratégico à Rússia de que nenhuma parte de sua infraestrutura de evasão de sanções está segura contra ataques. O ataque no Mediterrâneo demonstra, acima de tudo, como a inovação tecnológica e as táticas de guerra assimétrica continuam a remodelar a dinâmica do campo de batalha de maneiras inesperadas.
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