Randy 'Duke' Cunningham, ás da Guerra do Vietnã e inspiração para Top Gun, morre aos 83 anos após carreira política controversa que terminou em escândalo de corrupção.

Herói de guerra e figura política controversa morre aos 83 anos
Randall Harold 'Duke' Cunningham, o lendário piloto de combate naval que se tornou um dos únicos dois ases americanos durante a Guerra do Vietnã e mais tarde inspirou elementos do icônico filme Top Gun, faleceu aos 83 anos. Sua morte marca o desaparecimento de uma figura complexa que personificou tanto o heroísmo militar quanto a corrupção política.
Feitos de combate e legado no Top Gun
Cunningham alcançou status lendário em 10 de maio de 1972, quando abateu três caças MiG norte-vietnamitas em uma única missão, tornando-se o primeiro ás americano da Guerra do Vietnã. Suas habilidades de combate aéreo foram aperfeiçoadas através do programa de elite Fighter Weapons School da marinha, mais conhecido como Top Gun, criado para combater a ameaça dos ágeis caças soviéticos MiG.
O piloto nascido na Califórnia serviu como instrutor na escola Top Gun após seu período de combate, onde suas experiências e táticas influenciaram diretamente o desenvolvimento do programa que mais tarde ganharia fama mundial através do blockbuster de 1986 estrelado por Tom Cruise. Embora os cineastas afirmassem que o personagem de Cruise 'Maverick' era uma composição de vários pilotos, Cunningham frequentemente alegava que o personagem era baseado nele.
De herói de guerra a escândalo político
Após sua aposentadoria da marinha em 1987 após 20 anos de serviço, Cunningham aproveitou seu status de herói de guerra para iniciar uma carreira política. Ele foi eleito para a Câmara dos Representantes em 1990, onde representou distritos republicanos na Califórnia por 15 anos.
Sua carreira política terminou em desgraça em 2005 quando ele se declarou culpado de aceitar pelo menos 2,4 milhões de dólares em subornos de contratantes de defesa em troca de contratos governamentais. O escândalo de corrupção incluía itens de luxo como um Rolls-Royce, um iate e uma mansão. Cunningham recebeu uma sentença de oito anos de prisão - a mais longa já imposta a um membro do Congresso na época - e foi obrigado a restituir 1,8 milhão de dólares.
Perdão presidencial e legado
Em 2021, o presidente Donald Trump concedeu a Cunningham um perdão condicional em seu último dia como presidente, citando seu serviço militar e bom comportamento na prisão. A decisão controversa destacou o legado complexo de um homem que representou tanto a excelência militar americana quanto a corrupção política.
A história de Cunningham permanece como um alerta sobre a interseção entre heroísmo militar, poder político e compromissos éticos. Suas realizações em combates aéreos ainda são estudadas em círculos de aviação militar, enquanto sua queda política serve como lembrete da importância da integridade no serviço público.