
Líder religioso detido por suposta tentativa de golpe de estado
Autoridades armênias prenderam o arcebispo Bagrat Galstanjan e mais treze pessoas sob suspeita de planejar um golpe de estado. O primeiro-ministro Nikol Pashinyan afirmou que as forças de segurança frustraram com sucesso uma tentativa do que ele chamou de 'clero criminoso-oligárquico' de tomar o poder.
Contexto de tensão política
O arcebispo Galstanjan foi um líder proeminente dos movimentos de protesto que condenaram a abordagem de Pashinyan à crise de Nagorno-Karabakh. Dois anos atrás, o Azerbaijão retomou a região disputada, levando quase toda a população armênia étnica a fugir para a Armênia. Desde o colapso da União Soviética, Nagorno-Karabakh funcionou como um enclave autônomo armênio dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas do Azerbaijão.
Descobertas da investigação
O Comitê de Investigação da Armênia (equivalente a um ministério público nacional) afirma que Galstanjan e seus cúmplices 'adquiriram os meios e instrumentos necessários para realizar um ataque terrorista e tomar o poder'. As autoridades alegam que o grupo recrutou mais de 1.000 participantes, incluindo ex-policiais e militares. Alguns políticos da oposição estão entre os detidos.
Provas e procedimento de prisão
Agentes de segurança mascarados removeram o arcebispo de sua residência durante a operação. Seu representante legal afirma que o governo está criminalizando seu cliente injustamente. Investigadores afirmam ter escutas telefônicas que mostram que Galstanjan pretendia desestabilizar o governo por meio de ações coordenadas, incluindo paralisar redes de transporte, incitar violência e perturbar comunicações pela internet.
Contexto histórico de Nagorno-Karabakh
A região montanhosa de Nagorno-Karabakh é disputada desde a era soviética. A Primeira Guerra de Nagorno-Karabakh (1988-1994) resultou no controle armênio, enquanto o conflito em 2020 levou a ganhos territoriais significativos pelo Azerbaijão. A retomada total pelo Azerbaijão em 2023 encerrou três décadas de governo armênio, causando uma crise de refugiados quando os armênios étnicos fugiram da região.