A Argentina realiza eleições intermediárias cruciais sobre as reformas econômicas radicais do presidente Milei. Embora a inflação tenha caído, o desemprego subiu para 8% e o peso permanece instável apesar da ajuda americana de US$ 40 bilhões.
Argentinos às urnas para eleições intermediárias cruciais
Os argentinos votam hoje em eleições intermediárias importantes que determinarão o futuro político do presidente Javier Milei e suas reformas econômicas radicais. As eleições representam o primeiro grande teste eleitoral para Milei desde sua vitória em 2023, quando fez campanha famosamente com uma motosserra como símbolo de sua promessa de reduzir drasticamente os gastos do governo.
'Milei foi eleito em 2023 com uma ampla maioria de votos. A promessa de que ele curaria a economia com terapia de choque atraiu muitos argentinos,' diz Nina Jurna, correspondente da América Latina.
Progresso econômico em meio a profunda dor
O governo de Milei alcançou alguns sucessos econômicos, especialmente na redução da inflação de níveis de três dígitos para percentuais mais controláveis. O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou em abril de 2025 um acordo estendido de US$ 20 bilhões, indicando confiança internacional em sua abordagem fiscal. A dívida pública também diminuiu devido a cortes agressivos.
No entanto, os custos humanos são altos. Muitos argentinos têm dificuldade para sobreviver porque os salários não acompanham a inflação ainda alta. A eliminação de subsídios para eletricidade, combustível e transporte, combinada com demissões em massa no setor público e reduções salariais, causou dificuldades econômicas generalizadas.
Crise cambial e intervenção americana
O peso argentino caiu ainda mais e agora vale menos de 0,00058 euros em comparação com 0,0054 euros há cinco anos. Apesar das tentativas de Milei de sustentar artificialmente a moeda com reservas em dólares, o peso permanece instável.
Em um desenvolvimento importante, o governo Trump interveio em outubro de 2025 com um pacote de ajuda de US$ 40 bilhões, incluindo um swap cambial de US$ 20 bilhões e uma linha de crédito de US$ 20 bilhões. 'Se Milei perder, não seremos generosos com a Argentina,' advertiu Trump na semana passada, condicionando a ajuda aos resultados eleitorais.
De acordo com relatórios recentes, o peso continua lutando apesar dessa intervenção massiva, com o banco central forçado a vender US$ 45,5 milhões para estabilizar a moeda.
Estaca política e sentimento público
As eleições de hoje determinam o controle sobre assentos importantes no congresso e podem fortalecer ou enfraquecer a capacidade de Milei de implementar sua agenda controversa. Seu partido La Libertad Avanza deve garantir pelo menos um terço dos assentos do congresso para manter seu poder de veto e evitar possíveis processos de impeachment.
O desemprego aumentou de 6% para quase 8% sob o governo de Milei, o que significa que quase 1 em cada 13 argentinos está agora desempregado. Isso comparado com 1 em cada 25 desempregados na Holanda, destacando a gravidade da crise de desemprego argentina.
Pesquisas recentes mostram que o partido de Milei está 15 pontos atrás da oposição de centro-esquerda, com resultados eleitorais provinciais indicando um caminho difícil pela frente. O resultado indicará se os argentinos continuarão dispostos a suportar a dor da terapia de choque de Milei por ganhos de longo prazo prometidos.
Economistas concordam que, independentemente dos resultados eleitorais, medidas adicionais são necessárias para estabilizar o peso e abordar a crise econômica contínua, o que provavelmente exigirá mais sacrifícios do povo argentino.
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