Catherine Connolly eleita 10ª presidente da Irlanda com número recorde de 63% dos votos, derrota Heather Humphreys do Fine Gael. Candidata independente apoiada por partidos de esquerda sucede Michael D. Higgins.
Candidata independente faz história com número recorde de votos
Catherine Connolly foi eleita a décima presidente da Irlanda após uma vitória esmagadora, conquistando um número recorde de 63% dos votos de primeira preferência. A candidata independente de 68 anos, de Galway, derrotou sua principal rival, Heather Humphreys do Fine Gael, que obteve apenas 29% dos votos antes de desistir no dia da eleição.
'Quero ser uma presidente inclusiva para todos que ouvem, pensam e falam quando necessário,' declarou Connolly em seu discurso de vitória, que ela proferiu primeiro em irlandês e depois em inglês, enfatizando seu compromisso de representar todos os cidadãos irlandeses.
Vitória histórica com amplo apoio partidário
A vitória de Connolly representa uma conquista notável para uma candidata independente que conseguiu obter apoio em todo o espectro político. Ela recebeu apoio de grandes partidos de esquerda, incluindo Sinn Féin, os Social Democrats, o Partido Trabalhista, People Before Profit e o Partido Verde, juntamente com vários membros independentes do Oireachtas.
Os resultados eleitorais, divulgados em 25 de outubro de 2025, mostram que Connolly recebeu 914.143 votos de primeira preferência - o maior número na história das eleições presidenciais irlandesas. 'Esta não foi apenas uma campanha, foi um movimento,' disse Connolly aos apoiadores durante sua celebração da vitória.
Sucessão de Michael D. Higgins
Connolly sucede Michael D. Higgins, que serviu como presidente desde 2011 e completou os dois mandatos máximos permitidos pela constituição irlandesa. Higgins, agora com 84 anos, foi uma figura popular durante seu mandato e ajudou a elevar o perfil do cargo majoritariamente cerimonial.
A presidência da Irlanda é principalmente um papel simbólico, com o presidente servindo como chefe de estado e comandante supremo das Forças de Defesa Irlandesas. De acordo com disposições constitucionais, o presidente representa a Irlanda internacionalmente, recebe chefes de estado visitantes e nomeia o Taoiseach (primeiro-ministro) indicado pelo Dáil, mas não tem poder para fazer leis ou políticas.
Antecedentes políticos de Connolly
Antes de sua vitória presidencial, Connolly serviu como Teachta Dála (TD) pela circunscrição de Galway West desde 2016. Ela fez história em 2020 quando se tornou a primeira mulher Leas-Cheann Comhairle (vice-presidente) da Irlanda, cargo que ocupou até novembro de 2024.
Sua jornada política começou no Partido Trabalhista, onde foi eleita para o Conselho Municipal de Galway em 1999 e serviu como prefeita de Galway de 2004 a 2005. Ela deixou o partido em 2006 devido a disputas sobre seleção de candidatos e concorreu com sucesso como candidata independente em eleições subsequentes.
Posições políticas e visões internacionais
Connolly se descreve como socialista e pacifista, com visões de política externa caracterizadas como críticas às instituições ocidentais. Ela é uma defensora ferrenha da neutralidade irlandesa e é vocal em suas críticas ao que descreve como 'militarização' europeia.
Ela condenou a invasão russa da Ucrânia, mas também criticou a abordagem da OTAN em relação à Rússia como 'belicosa'. Connolly também é uma defensora vocal da Palestina e é altamente crítica de Israel, que descreveu como um 'estado genocida'.
Domesticamente, Connolly apoiou a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e do aborto na Irlanda. Ela também é defensora da reunificação irlandesa e trabalhou como psicóloga clínica e advogada antes de entrar em tempo integral na política.
Posse e mandato de sete anos
Connolly está programada para ser empossada em 11 de novembro de 2025 e servirá um mandato de sete anos como chefe de estado da Irlanda. Sua vitória marca apenas a terceira vez que uma mulher ocupa a presidência, após Mary Robinson (1990-1997) e Mary McAleese (1997-2011).
O resultado eleitoral indica uma mudança significativa na política irlandesa, com eleitores optando por uma candidata independente em vez de figuras partidárias estabelecidas. 'O povo falou claramente por mudança e por um presidente que representará todas as vozes,' declarou Connolly, prometendo trazer sua perspectiva única para Áras an Uachtaráin.
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