
Drama migratório se intensifica com nova detenção de Abrego Garcia
Kilmar Abrego Garcia, o salvadorenho que foi erroneamente deportado pelos Estados Unidos em março de 2025, enfrenta novamente a ameaça de deportação após sua detenção durante uma apresentação obrigatória no Immigration and Customs Enforcement (ICE) em Baltimore. O homem de 30 anos chegou ao escritório do ICE por volta das 08:00 hora local com sua esposa e irmão, apenas para ser levado sob custódia enquanto seus familiares foram liberados.
Contexto do caso controverso
O caso Abrego Garcia tornou-se emblemático das rigorosas políticas de imigração do governo Trump. Em março de 2025, ele foi deportado para El Salvador com base em acusações infundadas de associação a gangues, apesar de possuir proteção legal contra deportação devido ao medo credível de violência de gangues em seu país de origem. A Suprema Corte decidiu em abril que sua deportação era ilegal e ordenou que o governo facilitasse seu retorno.
Durante seus três meses em El Salvador, Abrego Garcia foi mantido no notório Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), onde seus advogados afirmam que ele sofreu torturas físicas e psicológicas. Ele foi finalmente repatriado para os EUA em junho, apenas para ser imediatamente preso sob novas acusações de tráfico de pessoas - alegações que seus advogados descrevem como "ridículas e vingativas".
Batalha legal atual
A Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, confirmou a última detenção de Abrego Garcia nas redes sociais e afirmou que o ICE está se preparando para deportá-lo novamente. O governo lhe oferece uma escolha: confessar as acusações de tráfico e ser deportado para Costa Rica, ou manter sua inocência e enfrentar deportação para Uganda sob um acordo recente entre o governo Trump e a nação do Leste Africano.
Sua equipe jurídica argumenta que Uganda oferece condições "muito mais perigosas" para Abrego Garcia e caracteriza as táticas do governo como uma instrumentalização inconstitucional do sistema de imigração. "Eles penduram a Costa Rica como cenoura na frente dele e usam Uganda como vara", disse o advogado Simon Sandoval-Moshenberg.
Contexto mais amplo das políticas de imigração
Este caso ocorre no contexto das reformas abrangentes de imigração do governo Trump, incluindo a invocação de leis de guerra para acelerar deportações, expansão da cooperação com autoridades locais e estabelecimento de acordos com países terceiros para aceitar deportados. O governo realizou 181 ações executivas específicas para imigração em seus primeiros 100 dias - um aumento seis vezes maior em comparação com o primeiro mandato de Trump.
Embora as travessias fronteiriças tenham diminuído dramaticamente sob esta política, a aplicação interna e as deportações tornaram-se cada vez mais controversas, com críticos apontando violações do devido processo legal e targeting de imigrantes com reivindicações legítimas de proteção.