Branqueamento global de corais atinge limiar crítico em 2025, com 84,4% dos recifes afetados. Grande financiamento estimula projetos de restauração enquanto turismo sofre perdas econômicas. Cientistas alertam para colapso sem ação urgente.
Branqueamento de Corais Atinge Ponto Crítico
Cientistas confirmaram em outubro de 2025 que o mundo atingiu seu primeiro limiar climático com recifes de coral de águas quentes entrando em colapso globalmente, marcando um ponto de virada. O branqueamento de corais ocorre quando corais estressados expelem suas algas simbióticas (zooxantelas), perdendo tanto a cor quanto sua principal fonte de alimento. 'Estamos testemunhando o colapso de ecossistemas inteiros de recifes que existiram por milhões de anos,' diz a bióloga marinha Dra. Sarah Chen do Instituto Australiano de Ciência Marinha. 'Os dados mostram que 84,4% da área global de recifes experimentou estresse térmico de branqueamento de janeiro de 2023 a setembro de 2025, com branqueamento massivo documentado em pelo menos 83 países.'
Monitoramento Revela Tendências Alarmantes
O Instituto Australiano de Ciência Marinha (AIMS) documentou frequência e severidade crescentes de eventos de branqueamento devido às mudanças climáticas. Na Grande Barreira de Corais, eventos massivos de branqueamento ocorreram em 1998, 2002, 2016, 2017, 2020, 2022, 2024 e 2025. O evento de 2025 marcou o sexto branqueamento massivo desde 2016 e o segundo evento consecutivo após 2024-2025. Imagens aéreas revelaram branqueamento generalizado, com 41% dos recifes do norte mostrando prevalência média a alta de branqueamento, embora menos extenso que em 2024.
Na Austrália Ocidental, o pior evento de branqueamento já registrado ocorreu em 2025, afetando recifes de Ningaloo até Ashmore Reef, com ondas de calor marinhas sem precedentes causando o primeiro branqueamento massivo em Ningaloo desde 2011-2013 e o primeiro registrado em Rowley Shoals e Kimberley interior. 'A principal causa do branqueamento massivo é o aumento das temperaturas do mar, medido com as Semanas de Aquecimento Grau da NOAA, onde valores acima de 4 indicam risco significativo de branqueamento e acima de 8 preveem mortalidade de coral,' explica a Dra. Chen.
Projetos de Restauração Recebem Grande Impulso Financeiro
Em resposta à crise crescente, financiamento significativo foi alocado para projetos de restauração de corais. A NOAA recomendou mais de US$ 1 milhão em financiamento para três novos projetos e um projeto contínuo sob o programa Ruth D. Gates Coral Restoration Innovation Grants. Essas iniciativas visam desenvolver novos métodos de restauração de coral para melhorar a resiliência dos corais aos efeitos das mudanças climáticas, particularmente estresse térmico.
Os novos projetos incluem: Arizona State University avaliando tolerância térmica de corais no Havaí Ocidental; Maui Ocean Center Marine Institute plantando corais termicamente tolerantes no Recife Olowalu em Maui; e Georgia Institute of Technology testando tratamentos probióticos para doenças de coral. Nova Southeastern University continuará pesquisando condições ideais de luz para crescimento de coral.
Enquanto isso, a National Fish and Wildlife Foundation (NFWF) lançou a Solicitação de Propostas do Coral Reef Stewardship Fund 2025, oferecendo aproximadamente US$ 3,5 milhões em subsídios para melhorar a saúde dos recifes de coral. Esta colaboração com o Coral Reef Conservation Program da NOAA, USDA NRCS e Aramco Americas foca em reduzir poluição terrestre, melhorar gestão de pesca em recifes de coral e aumentar capacidade de restauração em escala de recife.
Setor do Turismo Enfrenta Impacto Econômico
As consequências econômicas da degradação de recifes de coral são impressionantes. O turismo sofre dramaticamente com turismo global de recifes avaliado em US$ 36 bilhões por ano apoiando mais de 1 milhão de empregos, mas recifes degradados experimentam redução de 80-90% nas visitas turísticas. 'Vimos operadoras de mergulho no Caribe perderem até 70% de seus negócios durante anos severos de branqueamento,' relata Maria Rodriguez, operadora turística de Cozumel, México.
Um estudo abrangente da The Nature Conservancy e JetBlue revela que recifes de coral caribenhos geram mais de US$ 7,9 bilhões por ano através do turismo relacionado a recifes, representando 23% de todos os gastos turísticos e mais de 10% do PIB da região. A pesquisa analisou atividades turísticas relacionadas a recifes que dependem indiretamente de recifes de coral, incluindo atividades de praia, vistas costeiras, frutos do mar e águas calmas para natação e navegação.
O mergulho sozinho gera entre US$ 8,5 bilhões e US$ 20,4 bilhões por ano em impacto econômico global, apoiando até 124.000 empregos mundialmente de acordo com um estudo pioneiro publicado na Cell Reports Sustainability. A pesquisa, liderada por Anna Schuhbauer na University of British Columbia, analisou dados de mais de 11.590 operadoras de mergulho em 81 países.
Perspectivas Futuras e Esforços de Proteção
A Coral Reef Alliance delineia uma estratégia ambiciosa para 2025 focada em três pilares principais: Avaliar, Proteger e Restaurar recifes de coral. A organização planeja escalar esforços de proteção lançando projetos em novas geografias, fortalecendo parcerias e avançando ciência de adaptação climática.
Iniciativas de proteção incluem redesenhar áreas marinhas protegidas no Caribe ocidental, fortalecer fiscalização de proteções marinhas e implementar políticas conscientes do clima. Esforços de restauração focarão em recuperação de ecossistemas no Havaí, assegurando US$ 1,9 milhão para gestão de águas residuais para tratar 200 milhões de galões por ano, e defendendo a designação do Recife Mesoamericano como Área Marinha Particularmente Sensível.
'Embora a situação seja grave, ainda temos tempo para agir,' enfatiza a Dra. Chen. 'Ação agressiva e gestão local melhorada podem ajudar alguns recifes a sobreviver. Precisamos de mudança sistêmica através de práticas sustentáveis, mais ação governamental e apoio público para construir um novo relacionamento simbiótico com ecossistemas oceânicos antes que seja tarde demais.'
A abordagem abrangente visa criar ecossistemas de coral resilientes ao clima através de intervenções comunitárias, pesquisa científica e gestão sustentável. Enquanto o monitoramento continua revelando a extensão dos danos do branqueamento, financiamento de restauração e adaptação do setor turístico serão cruciais para preservar esses ecossistemas marinhos vitais.
Nederlands
English
Deutsch
Français
Español
Português