Autoridades Antitruste Globais Coordenam Investigações sobre Big Tech

Autoridades antitruste globais dos EUA, UE e Reino Unido coordenam investigações sem precedentes sobre Big Tech, focando na portabilidade de dados e reparação de mercado para concorrência digital.

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Autoridades Antitruste Globais Unem-se em Investigações sobre Big Tech

Em um desenvolvimento significativo para a aplicação global de leis antitruste, reguladores dos Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido estão coordenando investigações sem precedentes sobre grandes empresas de tecnologia. O esforço coordenado foca em duas áreas críticas: requisitos de portabilidade de dados e medidas de reparação de mercado projetadas para aumentar a concorrência em mercados digitais.

Portabilidade de Dados no Centro das Atenções

A pressão pela portabilidade de dados representa uma mudança fundamental na forma como os reguladores abordam os mercados digitais. Sob o Digital Markets Act da UE, que se tornou totalmente aplicável em 2023, as plataformas designadas como 'controladoras de acesso' devem permitir que os usuários transfiram facilmente seus dados para serviços concorrentes. Este requisito está agora se tornando um foco para ações coordenadas de aplicação em múltiplas jurisdições.

'A portabilidade de dados não é mais apenas um conceito teórico—está se tornando a pedra angular da concorrência no mercado digital,' diz a Dra. Maria Rodriguez, professora de direito antitruste na Georgetown University Law Center. 'Quando os usuários podem mover livremente seus dados entre plataformas, isso muda fundamentalmente a dinâmica competitiva.'

Medidas de Reparação de Mercado e Mudanças Estruturais

Além da portabilidade de dados, os reguladores estão investigando medidas de reparação de mercado mais agressivas. Casos recentes têm visto acordos incomuns que exigem desmembramentos parciais e acordos de licenciamento de software. A aquisição da HPE-Juniper Networks, avaliada em US$ 14 bilhões, resultou em um acordo onde a HPE teve que desmembrar apenas seu negócio Instant On WLAN, em vez de suas operações empresariais completas—um desvio das medidas antitruste tradicionais.

'Estamos vendo reguladores testando novas teorias de dano e novos remédios,' observa o advogado antitruste James Chen da Goodwin Law. 'O roteiro tradicional está sendo reescrito enquanto as autoridades enfrentam os desafios únicos dos mercados digitais.'

Coordenação Global Intensifica-se

A coordenação entre autoridades americanas, europeias e britânicas representa uma nova era na aplicação internacional de leis antitruste. De acordo com análise recente da FTI Consulting, as atividades de aplicação intensificaram-se com mais buscas em toda a Europa e possíveis multas de até 1% da receita por obstrução.

A Comissão Europeia tem sido particularmente ativa, lançando seu primeiro caso de cartel no mercado de trabalho enquanto simultaneamente consulta sobre reformas nas diretrizes de fusão focadas em inovação e efeitos no ecossistema. Enquanto isso, tribunais americanos mostraram maior disposição para confrontar plataformas digitais com remédios estruturais.

Impacto nas Grandes Empresas de Tecnologia

As investigações coordenadas focam em seis grandes empresas designadas como controladoras de acesso sob o DMA: Alphabet (Google), Amazon, Apple, ByteDance (TikTok), Meta (Facebook) e Microsoft. Estas empresas controlam 22 serviços de plataforma central que a UE considera essenciais para a concorrência no mercado digital.

'Os dias de aplicação nacional isolada acabaram,' declara o funcionário de competição da Comissão Europeia Klaus Schmidt. 'Quando coordenamos entre jurisdições, podemos alcançar mudanças significativas na estrutura de mercado que beneficiam tanto consumidores quanto concorrentes.'

Tendências Emergentes na Aplicação

Várias tendências importantes estão surgindo dos esforços coordenados de aplicação. Primeiro, há maior foco em precificação algorítmica e ferramentas de IA, com preocupações sobre possível formação de cartéis e resultados anticompetitivos. Segundo, alegações de recusa em casos de tecnologia estão sendo revitalizadas enquanto autores investigam teorias alternativas como comércio exclusivo.

Terceiro, desafios de preservação de documentos de ferramentas como Slack, mensagens efêmeras e IA generativa criam problemas de conformidade para empresas. Como observado na previsão 2025 da Baker McKenzie, as empresas precisam de políticas robustas de conformidade e manuais de investigação transfronteiriça para navegar nestes desafios.

Perspectivas Futuras

A abordagem coordenada sinaliza uma mudança permanente em como as autoridades antitruste abordam os mercados digitais. Com o Digital Markets, Competition and Consumers Act do Reino Unido e a Hart-Scott-Rodino Act modificada nos EUA se juntando ao DMA da UE, as empresas enfrentam um cenário regulatório cada vez mais complexo.

'Isto não é um fenômeno temporário—é o novo normal para os mercados digitais,' conclui a Dra. Rodriguez. 'Empresas que se adaptam a estes esforços coordenados de aplicação estarão melhor posicionadas para o sucesso de longo prazo na economia digital global.'

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