Médicos Sem Fronteiras suspende ajuda médica em Gaza devido a ofensiva

Médicos Sem Fronteiras suspende operações médicas na Cidade de Gaza devido ao avanço militar israelense a 1km das instalações, evacuando pessoal diante da deterioração da segurança. O fechamento afeta milhares de pacientes enquanto a crise humanitária se agrava.

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Crise médica se aprofunda com evacuação de organização humanitária

Médicos Sem Fronteiras anunciou a suspensão imediata de todas as atividades médicas na Cidade de Gaza, citando condições de segurança em rápida deterioração enquanto tropas israelenses avançavam para dentro de um quilômetro de suas instalações médicas. O pessoal da organização está sendo evacuado da área, deixando milhares de pacientes vulneráveis sem cuidados médicos críticos.

Ameaça direta aos trabalhadores humanitários

A decisão coincide com operações militares israelenses intensificadas no norte de Gaza, com relatos de bombardeios pesados em toda a Cidade de Gaza. 'Esta é a última coisa que queremos, dada a enorme necessidade de assistência médica na Cidade de Gaza,' declarou a organização em comunicado oficial. 'Os ataques cada vez mais pesados pelas tropas israelenses representam um risco inaceitável para nossa equipe.'

Segundo a agência de notícias palestina Wafa, aproximadamente sessenta palestinos foram mortos em ataques israelenses em Gaza desde esta manhã, com a maioria das vítimas na Cidade de Gaza. A suspensão afeta clínicas que atenderam 3.640 pacientes apenas na semana passada, incluindo 1.655 pessoas sofrendo de desnutrição.

Serviços médicos críticos interrompidos

As clínicas da organização forneciam cuidados essenciais para ferimentos graves, queimaduras, mulheres grávidas e pacientes que necessitam de atenção médica contínua e não podem deixar a cidade. Médicos Sem Fronteiras enfatizou que continuará fornecendo apoio limitado aos hospitais Al Shifa e Al Helou na Cidade de Gaza, administrados pelo ministério da Saúde afiliado ao Hamas.

A situação humanitária no norte de Gaza continua a se deteriorar após o fechamento do cruzamento fronteiriço de Zikim em 12 de setembro. O Programa Mundial de Alimentos relatou que metade de seus carregamentos de ajuda chegavam anteriormente por esta rota, e a distribuição de alimentos tornou-se cada vez mais difícil. Várias cozinhas comunitárias dentro e ao redor da Cidade de Gaza foram fechadas como resultado.

Crise humanitária mais ampla

A Faixa de Gaza enfrenta o que as Nações Unidas descrevem como uma crise humanitária catastrófica, com condições de fome afetando toda a população. De acordo com projeções recentes da IPC, 100% da população de Gaza experimenta altos níveis de insegurança alimentar aguda, com 32% enfrentando condições catastróficas. O acesso a água limpa, alimentos, abrigo e assistência médica diminui diariamente.

Médicos Sem Fronteiras continua ativa em outras partes de Gaza, incluindo clínicas em Khan Younis e Deir-al-Balah, mas a suspensão na Cidade de Gaza representa um golpe significativo para os esforços humanitários na área mais densamente povoada da região.

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