Comissão da ONU: Israel comete genocídio em Gaza

Comissão da ONU conclui que Israel comete genocídio em Gaza, com quatro dos cinco critérios de genocídio. Relatório documenta destruição sistemática do povo palestino através de mortes, fome e ataques à infraestrutura.

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Especialistas da ONU: Israel culpado de genocídio em Gaza

Uma comissão da ONU que investiga violência em Israel e nos territórios palestinos ocupados concluiu que Israel está cometendo genocídio na Faixa de Gaza. A comissão independente, que há anos é crítica das ações de Israel, afirma que declarações e atos de líderes israelenses demonstram a destruição intencional do povo palestino.

Quatro dos cinco critérios de genocídio comprovados

A comissão do Conselho de Direitos Humanos da ONU identificou quatro das cinco ações que se qualificam como genocídio sob o direito internacional: matar membros do grupo, causar lesões corporais ou mentais graves, criar intencionalmente condições de vida destinadas a destruir o grupo e impor medidas para prevenir nascimentos. Apenas o quinto critério - transferência forçada de crianças - não foi comprovado.

'A comunidade internacional não deve ficar em silêncio sobre a campanha genocida que Israel está travando contra o povo palestino. Ignorar sinais e evidências de genocídio equivale a cumplicidade,' disse a investigadora-chefe Navi Pillay, ex-juíza do Tribunal Penal Internacional com ampla experiência em direitos humanos.

Declarações incriminatórias da liderança israelense

A comissão apontou declarações do presidente Herzog, do primeiro-ministro Netanyahu e do ex-ministro da Defesa Gallant como evidência de política intencional. A referência de Netanyahu a ataques de retaliação contra "aquela cidade depravada de Gaza" e a caracterização de Gallant do combate contra "bestas humanas" foram citadas como evidência de um direcionamento mais amplo do que apenas o Hamas.

Tanto Netanyahu quanto Gallant já têm mandados de prisão do Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de guerra.

Reação internacional e contexto

Israel rejeitou imediatamente o relatório como "difamatório" e "um ataque unilateral a Israel". O país se recusa a cooperar com a comissão devido a suposto viés, apesar de a comissão também ter criticado o Hamas por crimes de guerra contra Israel.

As descobertas se alinham com avaliações anteriores de estudiosos do genocídio e organizações de direitos humanos. O Instituto NIOD para Estudos de Guerra, Holocausto e Genocídio já havia usado o termo "violência genocida" para as ações de Israel, enquanto a Associação Internacional de Estudiosos do Genocídio concluiu que as ações de Israel atendem à definição de genocídio.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, evita o termo genocídio, mas recentemente chamou a violência de "mais grave do que temos visto em tempos recentes" e criticou a "indiferença internacional e falta de ação" no que chamou de "crise moral para a consciência global".

Fonte: Comunicado de Imprensa do ACNUDH

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