A Suprema Corte dos EUA restaurou a política que permite deportações aceleradas para terceiros países sem procedimentos de asilo. A decisão de 6-3 anulou uma decisão de um tribunal inferior e gerou críticas veementes de juízes progressistas, enquanto as autoridades de imigração a celebraram.

Decisão inovadora sobre política de imigração
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que o governo Trump pode novamente deportar migrantes para países que não são seus países de origem, sem que eles possam demonstrar que correm perigo lá. Esta decisão anula uma decisão anterior de um tribunal inferior que exigia que as autoridades dessem aos migrantes uma "oportunidade significativa" de contestar sua remoção.
Divisão ideológica no tribunal
A decisão de 6-3 seguiu linhas ideológicas rígidas, com a maioria conservadora prevalecendo. O tribunal não forneceu uma explicação escrita para anular a decisão anterior. Juízes progressistas apresentaram uma opinião divergente veemente, com a juíza Sonia Sotomayor condenando a decisão como um "grave abuso de discricionariedade" que permite deportações "sem aviso ou chance de defesa". As juízas Elena Kagan e Ketanji Brown Jackson concordaram.
O caso de deportação para o Sudão do Sul
A decisão surgiu após uma tentativa das autoridades de imigração de deportar oito migrantes condenados nos EUA para o Sudão do Sul. Seu voo foi desviado para uma base naval americana em Djibuti após a intervenção do tribunal inferior. Os migrantes - originários de Mianmar, Vietnã e Cuba - não podiam ser devolvidos diretamente aos seus países de origem, segundo as autoridades.
Consequências jurídicas e humanitárias
Advogados dos migrantes prometeram continuar sua luta legal, com um diretor de organização alertando para "consequências terríveis". Enquanto isso, o Departamento de Segurança Interna elogiou a decisão nas redes sociais como uma "grande vitória para a segurança do povo americano". Esta política retoma uma abordagem controversa da era Trump que permite remoções aceleradas sem procedimentos padrão de asilo.
Contexto histórico das deportações para terceiros países
A política de deportação para "terceiros países" surgiu durante o governo Trump como parte de restrições mais amplas à imigração. Os defensores argumentam que ela previne abusos do sistema de asilo, enquanto os críticos afirmam que viola a proteção internacional aos refugiados. A maioria conservadora da Suprema Corte tem consistentemente apoiado restrições à imigração, com esta decisão fortalecendo ainda mais o poder executivo em procedimentos de deportação.