Tropas dos EUA apreenderam um enorme petroleiro com ligações ao Irã e ao Hezbollah na costa da Venezuela, aumentando as tensões durante um grande acúmulo militar no Caribe.
EUA Apreendem Petroleiro Gigante em Operação Militar na Venezuela
Em uma espetacular operação militar na costa da Venezuela, tropas dos Estados Unidos apreenderam um enorme petroleiro que estava sob sanções desde 2022 devido a supostos vínculos com a Guarda Revolucionária Iraniana e o grupo militante libanês Hezbollah. A operação, que ocorreu em 10 de dezembro de 2025, envolveu dois helicópteros, dez membros da guarda costeira, dez fuzileiros navais e operadores especializados do porta-aviões USS Gerald R. Ford.
O petroleiro de 333 metros, chamado The Skipper, foi um dos maiores navios já apreendidos pelas autoridades americanas. De acordo com a Secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, que confirmou a operação na plataforma de mídia social X, o petroleiro era usado para transportar petróleo sancionado da Venezuela e do Irã, com os lucros supostamente apoiando organizações terroristas estrangeiras. 'Esta apreensão impede o transporte de petróleo sancionado que apoia organizações terroristas estrangeiras,' declarou Bondi.
História Complexa de Sanções e Tensões Internacionais
O navio tem uma estrutura de propriedade internacional complexa. Originalmente chamado The Toyo, o petroleiro é controlado pela Thomarose Global Ventures LTD, sediada na Nigéria, e é propriedade de uma empresa ligada ao sancionado magnata do petróleo russo Viktor Artemov. O Departamento do Tesouro dos EUA sancionou o navio pela primeira vez em 2022 devido ao seu suposto papel em uma rede de contrabando de petróleo que financiava a Guarda Revolucionária Iraniana e o Hezbollah.
No momento da apreensão, o petroleiro navegava sob a bandeira da Guiana, mas o governo guianês rapidamente esclareceu que o navio não estava corretamente registrado em seu país. 'O navio estava falsamente usando nossa bandeira no momento da apreensão,' confirmou um oficial guianense.
O governo venezuelano reagiu com fúria, chamando a apreensão de 'pirataria internacional' e acusando os Estados Unidos de visar os recursos naturais do país. Em um comunicado oficial, o governo venezuelano afirmou: 'Com esta ação, as verdadeiras razões para a longa agressão contra a Venezuela foram finalmente reveladas.'
Maior Acúmulo Militar no Caribe
A apreensão do petroleiro representa apenas um elemento de um acúmulo militar americano muito maior no Caribe. De acordo com analistas militares, os Estados Unidos concentraram cerca de 25% de sua frota naval global na costa da Venezuela, incluindo o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford. Isso representa a maior presença militar de Washington na América Latina desde a invasão do Panamá em 1989.
Desde setembro de 2025, tropas americanas realizaram pelo menos 22 ataques conhecidos a supostos navios de contrabando de drogas no Mar do Caribe e no Pacífico Oriental, resultando em pelo menos 87 mortes. O presidente Donald Trump declarou os cartéis de drogas como 'combatentes ilegais' e afirma que os EUA estão em um 'conflito armado' com eles.
A escalada militar ocorre em meio a tensões contínuas entre o governo Trump e o presidente venezuelano Nicolás Maduro, cuja vitória eleitoral em 2024 é amplamente considerada ilegítima pelos governos ocidentais. Trump não fez segredo de seu desejo de ver Maduro removido e acusa seu regime de liderar um cartel que contrabandeia drogas em grande escala para os Estados Unidos.
Implicações Regionais e Reação Internacional
A apreensão gerou preocupação em toda a região, especialmente entre os países caribenhos próximos à Venezuela. As ilhas caribenhas holandesas de Aruba, Curaçao e Bonaire estão a apenas dezenas de quilômetros da costa venezuelana, colocando-as perto das tensões crescentes.
Especialistas independentes questionaram algumas das alegações do governo Trump sobre o papel da Venezuela no tráfico de drogas. 'Embora certamente haja elementos de atividade criminosa na Venezuela, o governo parece exagerar a escala e a importância do papel da Venezuela no tráfico internacional de drogas,' observou a analista de segurança latino-americana Maria Rodriguez.
A operação também destaca a complexa rede de aplicação de sanções internacionais. De acordo com uma investigação do New York Times, The Skipper tinha um histórico documentado de falsificação de dados de localização, sugerindo que o navio estava envolvido em práticas de rastreamento enganosas para esconder seus movimentos e atividades.
O Que Vem a Seguir?
Enquanto as tensões continuam a escalar, observadores regionais monitoram de perto os desenvolvimentos. Os EUA mantiveram que suas ações visam o combate ao terrorismo e a aplicação da lei antidrogas, enquanto a Venezuela e seus aliados veem o acúmulo militar como preparação para possíveis operações de mudança de regime.
A apreensão de The Skipper representa um teste importante para a aplicação de sanções internacionais e mostra a disposição do governo Trump de implantar recursos militares para o que descreve como operações de combate ao terrorismo. Com os EUA mantendo uma presença naval significativa na região e a Venezuela defendendo sua soberania, a situação permanece volátil e pode escalar ainda mais nas próximas semanas.
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