EUA e Austrália fecham acordo de US$ 8,5 bi para terras raras

EUA e Austrália assinam acordo de US$ 8,5 bilhões para terras raras visando reduzir dependência da China. Inclui US$ 3 bilhões em investimento americano em projetos australianos, focando em cadeia de suprimentos independente para minerais críticos de defesa e tecnologia.

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Parceria histórica contra dominação chinesa

Em uma jogada histórica para reduzir a dependência da China por minerais críticos, Estados Unidos e Austrália assinaram um acordo abrangente de US$ 8,5 bilhões voltado para terras raras e outros minerais estratégicos. O acordo, anunciado pelo presidente Donald Trump e pelo primeiro-ministro australiano Anthony Albanese na Casa Branca, representa uma das parcerias estratégicas mais importantes dos últimos anos focada em garantir cadeias de suprimentos para tecnologias que variam de smartphones a equipamentos militares.

Quebrando o domínio chinês

O acordo chega em um momento crucial na geopolítica global, após a recente expansão das restrições chinesas à exportação de terras raras e baterias. 'Em um ano teremos tantos minerais críticos e terras raras que você não saberá o que fazer com eles,' declarou o presidente Trump durante a coletiva de imprensa. 'Então custarão apenas US$ 2.' A declaração reflete a confiança do governo em escalar rapidamente a capacidade de produção fora do controle chinês.

A Austrália possui reservas significativas de minerais críticos, com aproximadamente 80% ainda inexplorados no subsolo. Historicamente, esses recursos eram extraídos e enviados para a China para processamento devido aos altos custos e desafios ambientais de montar refinarias. 'A China domina o mercado de matérias-primas críticas há anos, que são cruciais para o mundo todo,' observou a correspondente na Austrália Meike Wijers. '90% de todas as terras raras globais são processadas na China.'

Investimentos estratégicos e cronograma

A estrutura abrangente inclui investimentos diretos de mais de US$ 3 bilhões dos Estados Unidos em projetos de minerais críticos nos próximos seis meses, com a Austrália contribuindo com US$ 1 bilhão adicional. O Banco de Exportação e Importação fornecerá US$ 2,2 bilhões em financiamento, o que pode desbloquear até US$ 5 bilhões em investimentos totais. Um dos projetos específicos é uma refinaria de gálio apoiada pelo Pentágono no oeste da Austrália com capacidade anual de 100 toneladas.

O primeiro-ministro Albanese expressou seu entusiasmo com as implicações mais amplas da parceria: 'Este acordo elevou o relacionamento entre EUA e Austrália para um novo patamar.' A cooperação se baseia em estruturas de segurança existentes como AUKUS e representa um passo importante na construção de cadeias de suprimentos resilientes entre aliados.

Implicações globais e impacto no mercado

As terras raras são componentes essenciais na tecnologia moderna, incluindo veículos elétricos, turbinas eólicas, smartphones e sistemas de defesa avançados. De acordo com a página da Wikipedia sobre terras raras, esses 17 metais são cruciais para ímãs, catalisadores e diversas aplicações eletrônicas. Apesar do nome, as terras raras são relativamente abundantes na crosta terrestre, mas são difíceis de extrair economicamente e processar.

O momento deste acordo é particularmente significativo considerando as tensões comerciais crescentes entre EUA e China. Conforme relatado pela CNBC, o presidente Trump ameaçou com tarifas de 100% sobre bens chineses se Pequim não reverter seus controles recentes de exportação de terras raras. Este acordo oferece aos EUA uma alternativa estratégica aos suprimentos chineses e simultaneamente fortalece os laços com um importante aliado do Indo-Pacífico.

Perspectivas futuras

A parceria visa estabelecer a Austrália como um importante player global no processamento de minerais críticos, reduzindo a dependência global da China. Com investimentos americanos apoiando o desenvolvimento de infraestrutura de processamento na Austrália, a aliança espera criar uma cadeia de suprimentos sustentável que beneficie não apenas os dois países, mas também aliados europeus e outros que buscam alternativas à dominação chinesa.

À medida que a transição global para energia limpa acelera, a demanda por terras raras continua crescendo. Esta parceria estratégica posiciona ambos os países para se beneficiarem desta tendência enquanto abordam preocupações de segurança nacional sobre vulnerabilidades na cadeia de suprimentos. O sucesso desta iniciativa poderia reformar os mercados globais de minerais e reduzir riscos geopolíticos associados à produção concentrada em um único país.

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