Parlamento Europeu debate classificar ações de Israel em Gaza como genocídio

Parlamento Europeu debate classificar ações de Israel em Gaza como genocídio em resolução, expondo profundas divisões dentro das instituições europeias.

parlamento-europeu-israel-gaza-genocidio
Image for Parlamento Europeu debate classificar ações de Israel em Gaza como genocídio

Parlamento Europeu debate terminologia de genocídio para Gaza

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, confirmou que os legisladores da UE estão em intensas negociações sobre se devem ou não classificar as ações militares de Israel em Gaza como genocídio em uma resolução iminente. O debate ocorre no contexto de crescente pressão pública na Europa e aumento da condenação internacional ao conflito.

Divisões jurídicas e políticas

"Há colegas, e isso reflete também os Estados-Membros, que dizem que este é um termo jurídico que está sendo usado, e outros que afirmam o contrário," disse Metsola à European Newsroom durante uma entrevista em Estrasburgo. O Parlamento vota na quinta-feira uma resolução abrangente sobre a crise humanitária em Gaza, com apelos para prevenção da fome, libertação de reféns e progresso em direção a uma solução de dois Estados.

A definição jurídica de genocídio de acordo com a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio inclui o direcionamento intencional de grupos populacionais com base em idioma, religião ou tradição com a intenção de destruí-los. Isso inclui não apenas assassinatos, mas também atos que causem danos físicos ou mentais graves, a imposição de condições de vida destrutivas, prevenção de nascimentos e sequestro de crianças.

Declarações controversas de comissária

O debate intensificou-se na semana passada quando a comissária europeia Teresa Ribera classificou as ações de Israel como "genocídio" e afirmou que a situação expôs "a falha da Europa em falar e agir com uma só voz". Seus comentários causaram controvérsia imediata, com a Comissão Europeia de Ursula von der Leyen distanciando-se da terminologia.

"O genocídio em Gaza mostra a falha da Europa em falar com uma só voz, mesmo enquanto os protestos se espalham pelas cidades europeias," declarara Ribera, referindo-se ao crescente descontentamento público.

Catástrofe humanitária

O conflito começou com ataques do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, nos quais aproximadamente 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 reféns foram levados. A subsequente campanha militar de Israel matou mais de 64.500 palestinos na densamente povoada faixa costeira, de acordo com autoridades de saúde de Gaza.

Metsola enfatizou a gravidade da situação humanitária: "Somos claramente o maior fornecedor de ajuda humanitária e é óbvio para todos que essa ajuda não está chegando. Que os reféns não retornaram e que vemos fome, fome e mortes em uma escala sem precedentes."

Ela enfatizou que "a situação não pode continuar" e que "a humanidade deve sempre permanecer a primeira prioridade", reconhecendo que a crise de Gaza domina as preocupações dos cidadãos e os debates parlamentares.

A votação da resolução na quinta-feira testa a capacidade da UE de manter a unidade sobre uma das questões internacionais mais divisivas que a União enfrenta, com implicações para a credibilidade da política externa europeia e sua posição moral.

You Might Also Like