Os preços globais de alimentos estão subindo devido a interrupções no transporte marítimo causadas por tensões no Mar Vermelho e desafios climáticos nas cadeias de suprimentos. Países em desenvolvimento são os mais afetados, com apelos por cooperação internacional para estabilizar rotas comerciais.

Preços globais de alimentos sobem devido a interrupções no transporte marítimo
As tensões no Mar Vermelho e as interrupções nas rotas globais de transporte marítimo levaram a um aumento significativo nos preços dos alimentos em todo o mundo. O conflito resultou no desvio de navios, prazos de entrega mais longos e custos mais altos, que agora estão sendo repassados aos consumidores.
Impacto nas cadeias de suprimentos
As interrupções no transporte marítimo, especialmente no Mar Vermelho, causaram atrasos e aumentaram os custos de frete. Relatórios recentes indicam que os custos de transporte de contêineres subiram mais de 50%, afetando o transporte de produtos alimentícios essenciais, como grãos, óleos e laticínios. Essas interrupções agravam os desafios já existentes nas cadeias globais de suprimentos de alimentos, que ainda estão se recuperando dos impactos causados pela pandemia.
Fatores geopolíticos e climáticos
Tensões geopolíticas e mudanças climáticas estão piorando a situação. O conflito no Mar Vermelho perturbou uma das rotas de transporte marítimo mais movimentadas do mundo, enquanto condições climáticas extremas em regiões agrícolas importantes reduziram as colheitas. Secas na América do Sul e inundações no Sudeste Asiático afetaram a produção de commodities básicas, como trigo e arroz.
Economias vulneráveis são as mais afetadas
Países em desenvolvimento, especialmente os que dependem de importações de alimentos, estão arcando com o maior peso desses aumentos de preços. A UNCTAD alerta que o aumento dos custos de transporte marítimo pode elevar os preços ao consumidor em 0,6% até 2025, com pequenos estados insulares enfrentando aumentos ainda maiores. Isso ameaça a segurança alimentar e pode levar a instabilidade social em regiões vulneráveis.
Chamado à ação
Especialistas pedem cooperação internacional para estabilizar rotas comerciais e investir em infraestrutura resiliente. "Construir um transporte marítimo sustentável e resiliente não é apenas uma opção—é uma necessidade estratégica", disse Rebeca Grynspan, secretária-geral da UNCTAD. Ao mesmo tempo, os governos são aconselhados a tomar medidas para proteger populações vulneráveis contra o impacto inflacionário dos preços dos alimentos.