Streamer francês morre ao vivo após horas de tortura na plataforma Kick

Um streamer francês morreu durante uma transmissão ao vivo após meses de abuso sistemático na plataforma Kick, levando a investigações sobre moderação de conteúdo e segurança dos criadores.

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Transmissão mortal gera indignação internacional

Um streamer francês de 46 anos, conhecido como Jean Pormanove, faleceu durante uma transmissão ao vivo na plataforma Kick após horas de tortura brutal e humilhação. O incidente, ocorrido em Contes, próximo a Nice, desencadeou uma grande investigação pelas autoridades francesas e levantou questões sérias sobre a moderação de conteúdo em plataformas de streaming.

Meses de abuso sistemático

Raphaël Graven, que operava sob o pseudônimo Jean Pormanove, havia reunido mais de um milhão de seguidores em várias plataformas. Durante meses, ele participou de vídeos de "humor" violento nos quais sofria abuso físico, incluindo golpes na cabeça, estrangulamento, cuspes e ter líquidos jogados sobre si. Essas ações eram apresentadas como entretenimento para espectadores que podiam pagar por atos específicos durante as transmissões.

A transmissão fatal

O incidente mortal ocorreu durante uma transmissão ao vivo contínua de 12 dias, onde espectadores supostamente pagavam por atos cada vez mais violentos. De acordo com testemunhas, a transmissão ficou preta quando os outros participantes perceberam que Graven havia morrido. As autoridades francesas apreenderam todos os equipamentos de computador e vídeo e estão realizando uma autópsia para determinar a causa exata da morte.

Plataforma sob escrutínio

Kick, a plataforma de streaming onde o incidente ocorreu, recebeu críticas devido à sua política de moderação de conteúdo frouxa em comparação com concorrentes como a Twitch. A plataforma é conhecida por permitir conteúdo mais controverso e oferece aos streamers uma participação maior na receita—apenas 5% dos custos de assinatura, em comparação com a porcentagem significativamente maior da Twitch.

Resposta governamental

A ministra francesa do digital, Clara Chappaz, descreveu os eventos como "absoluta atrocidade" e encaminhou a questão para o regulador audiovisual ARCOM. O incidente levou a apelos por uma regulamentação mais rigorosa das plataformas de transmissão ao vivo e melhor proteção para os criadores de conteúdo.

Investigação em andamento

O Ministério Público em Nice abriu uma investigação judicial para determinar se Graven participou voluntariamente ou sob coação. Evidências sugerem que ele pode ter sido pressionado, com vídeos mais antigos mostrando discussões sobre sua possível morte durante as transmissões.

Implicações mais amplas

Esta tragédia destaca a perigosa interseção entre entretenimento, monetização e falta de supervisão na indústria de transmissão ao vivo. À medida que as plataformas competem por criadores com melhores condições financeiras, questões sobre responsabilidade ética e moderação de conteúdo tornam-se cada vez mais urgentes.

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