
Um consórcio de cientistas, especialistas em ética e formuladores de políticas publicou diretrizes abrangentes para pesquisas com CRISPR. O painel internacional, criado em resposta a crescentes preocupações éticas, estabelece melhores práticas para aplicações terapêuticas e pesquisa básica.
Recomendações e Salvaguardas Principais
As diretrizes estabelecem protocolos rigorosos para:
- Limitações na edição da linha germinativa
- Procedimentos aprimorados para consentimento informado
- Transparência na divulgação de pesquisas clínicas
- Acesso equitativo a novas terapias
- Mecanismos internacionais de supervisão
Notavelmente, o marco proíbe modificações hereditárias do genoma, exceto sob circunstâncias excepcionais que exigem consenso global. O painel destacou que aplicações terapêuticas para condições como anemia falciforme devem priorizar a segurança do paciente sobre interesses comerciais.
Potencial Revolucionário do CRISPR
A tecnologia CRISPR-Cas9 permite edições precisas de DNA e alcançou sucessos notáveis no tratamento de doenças genéticas. Aprovações recentes da FDA incluem Casgevy para anemia falciforme, demonstrando seu potencial clínico. No entanto, o painel alertou contra o "turismo de CRISPR" não regulamentado, onde pacientes buscam tratamentos não comprovados no exterior.
Equilíbrio entre Inovação e Ética
As diretrizes abordam questões de acessibilidade, observando que terapias genéticas acima de US$ 2 milhões criam disparidades significativas na saúde. A Dra. Jennifer Doudna, Nobel e membro do painel, afirmou: "Essas estruturas garantem que o progresso científico não ultrapasse nossas considerações éticas." O painel também estabeleceu protocolos de monitoramento para a liberação de organismos geneticamente editados no meio ambiente.