Mistério de lápide romana descoberta em jardim de Nova Orleans

Lápide Romana de 1900 Anos Encontrada em Local Inesperado

Em uma descoberta arqueológica notável que deixou especialistas perplexos, uma lápide romana de quase 2000 anos foi encontrada no quintal de uma residência em Nova Orleans, criando um mistério internacional sobre como o antigo artefato cruzou o Oceano Atlântico. A descoberta ocorreu em março de 2025 quando os proprietários Daniella Santoro e Aaron Lorenz estavam removendo ervas daninhas em seu jardim no bairro de Carrollton e descobriram uma placa de mármore que se revelou ser uma autêntica lápide romana.

A História do Soldado Revelada

A lápide de mármore, com aproximadamente 30 centímetros de largura, carrega uma inscrição em latim que identifica que pertencia a Sextus Congenius Verus, um soldado romano que viveu durante o século II d.C. De acordo com a inscrição, Verus era um marinheiro nascido na Trácia que serviu 22 anos na frota pretoriana romana a bordo do navio de guerra Asclepius e morreu aos 42 anos. A inscrição diz: 'Aos espíritos dos mortos para Sextus Congenius Verus, soldado da frota pretoriana de Miseno, trácio, 42 anos de idade, 22 anos de serviço, merecidamente feito para ele por seus herdeiros.'

O arqueólogo Ryan Gray, que foi chamado para investigar a descoberta, reconheceu imediatamente a importância do achado. 'Quando Daniella me ligou, ela pensou que talvez tivesse encontrado evidências de um antigo cemitério sob sua propriedade,' explicou Gray. 'A verdade provou ser muito mais extraordinária - estávamos olhando para um verdadeiro artefato romano que não deveria estar em lugar algum perto da Louisiana.'

Conexão com Museu e Perda na Guerra

Pesquisas adicionais revelaram que esta exata lápide havia sido documentada como desaparecida do Museu Arqueológico Nacional em Civitavecchia, Itália, onde originalmente estava em exibição. O museu sofreu danos extensos durante bombardeios aliados na Segunda Guerra Mundial entre 1943-1944, quando muitos artefatos foram perdidos ou realocados. 'Uma pedra com exatamente este texto foi confirmada como desaparecida do museu em Civitavecchia, perto de onde foi originalmente encontrada,' descobriu Gray com a ajuda de sua equipe internacional 'Team Tombstone' de especialistas.

A conexão com o museu italiano levou Gray a contatar a Equipe de Crimes de Arte do FBI, especializada em recuperar patrimônio cultural roubado. O FBI confirmou a proveniência da lápide e iniciou o processo de devolver o artefato para a Itália. 'Isto representa um caso extremamente raro de artefatos romanos antigos sendo descobertos nos Estados Unidos,' observou um porta-voz do FBI familiarizado com o caso.

O Mistério da Viagem Transatlântica

Embora o destino final da lápide agora esteja claro, sua jornada da Itália para Nova Orleans permanece um mistério fascinante. Pesquisadores investigaram várias teorias sobre como o artefato cruzou o Oceano Atlântico. 'Talvez a pedra tenha caído nas mãos de um comerciante e sido vendida a um turista nos anos após a guerra,' especulou Gray. 'Talvez um membro da família, ao fazer limpeza, pensou que seria uma boa pedra para calçada no jardim lamacento.'

Os investigadores consideraram se a pedra poderia ter sido trazida para os EUA por um soldado retornando da Europa após a Segunda Guerra Mundial. Embora um vizinho tenha servido no exército durante a guerra, registros mostraram que ele serviu apenas no teatro do Pacífico. Os proprietários anteriores não tinham conexões conhecidas com a Itália, aprofundando o mistério de como a lápide chegou a um jardim de Nova Orleans.

Cooperação Internacional e Repatriação

O caso tornou-se um exemplo de cooperação internacional bem-sucedida na proteção do patrimônio cultural. A Equipe de Crimes de Arte do FBI, estabelecida em 2004, recuperou desde sua criação mais de 20.000 itens no valor de mais de US$ 1 bilhão. Esta lápide representa outra recuperação importante em seus esforços contínuos para devolver propriedade cultural roubada aos seus países de origem.

'Embora eu tenha sido arqueólogo em Nova Orleans por 25 anos, sempre há surpresas e mistérios para desvendar,' refletiu Gray. O arqueólogo expressou satisfação que a pedra em breve retornará à Itália, mesmo que a história completa de sua jornada transatlântica permaneça desconhecida por enquanto.

A descoberta da lápide destaca a importância da conscientização pública sobre achados arqueológicos e o manejo adequado de artefatos culturais. Enquanto o FBI trabalha para completar o processo de repatriação, este memorial de 1900 anos de um soldado romano finalmente retornará à sua terra natal, encerrando um capítulo em uma das descobertas arqueológicas mais incomuns da história recente americana.