A Shein abre sua primeira loja física permanente em Paris em meio a protestos sobre condições de trabalho, impactos ambientais e preocupações éticas, com oposição de ativistas e políticos.
Gigante do Fast Fashion Enfrenta Protestos em Paris
A abertura da primeira loja física permanente da Shein em Paris foi marcada por protestos significativos e controvérsia. A gigante chinesa do fast fashion, conhecida por suas roupas ultra-baratas, abriu suas portas na loja de departamentos Bazar de l'Hôtel de Ville (BHV) Marais na Rue de Rivoli, mas não sem forte oposição de ambientalistas, profissionais do setor da moda e moradores locais.
'Vergonha!' gritou uma mulher para os clientes que faziam fila para a abertura às 13h00, refletindo o clima tenso em torno do evento. Dezenas de manifestantes se reuniram nas proximidades com cartazes que diziam 'Camiseta por 3 euros: o planeta em pedaços!' e 'Shein destrói tudo - preços, nossa indústria e saúde.'
Oposição Generalizada
O movimento de protesto contra a expansão parisiense da Shein vem se construindo há meses. Uma petição online intitulada 'Paris merece mais que Shein' reuniu mais de 120.000 assinaturas, afirmando que a loja 'é mais do que apenas uma loja: simboliza um modelo que destrói empregos, clima e qualidade.'
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, expressou sua desaprovação no LinkedIn, dizendo que a chegada da Shein 'está em total contradição com as ambições ecológicas e éticas da cidade.' A controvérsia surge em um momento em que a Shein enfrenta múltiplos desafios, incluindo críticas recentes sobre a venda de bonecas sexuais infantis e investigações em andamento pelas autoridades francesas.
Preocupações Trabalhistas e Ambientais
A Shein, que com cerca de €35 bilhões em receita em 2024 se tornou a maior varejista de roupas online do mundo, vem recebendo críticas sobre suas operações há anos. A empresa é acusada de enganar os consumidores com contagens regressivas falsas e avaliações, más condições de trabalho em fábricas chinesas e danos ambientais devido à superprodução.
Manifestantes distribuíram panfletos vermelhos destacando preocupações sobre 'suposto trabalho forçado' e 'superprodução'. A empresa também enfrentou processos judiciais de cadeias de moda que a acusaram de copiar seus designs e advertências de organizações de consumidores sobre substâncias tóxicas encontradas em roupas e brinquedos.
Detalhes da Loja e Medidas de Segurança
A nova loja da Shein ocupa quase todo o sexto andar da icônica loja de departamentos BHV, com 1.200 metros quadrados em um dos locais mais proeminentes de Paris, próximo à prefeitura. De acordo com o jornal Le Parisien, desde a manhã cedo, dezenas de policiais foram implantados ao redor da loja para evitar possíveis distúrbios.
A abertura causou conflito interno no BHV, com sindicatos e funcionários protestando que a presença da Shein contradiz os valores da loja de departamentos em relação à sustentabilidade, produção francesa e marcas locais. Várias marcas, incluindo Aime, Figaret Paris, Le Slip Français e Odaje, se retiraram do BHV em protesto contra a chegada da Shein.
Planos Futuros de Expansão
Apesar da controvérsia, a Shein planeja abrir mais cinco lojas adicionais em novembro nas lojas de departamentos Galeries Lafayette em Dijon, Reims, Grenoble, Angers e Limoges. Um porta-voz da Shein França disse à France24 que a expansão criará 200 empregos adicionais e visa mostrar que 'um modelo que existe completamente online também pode funcionar fisicamente.'
A empresa está promovendo as lojas com cartazes nas estações de metrô de Paris que oferecem vales-presente que os clientes podem gastar em outras marcas dentro do BHV. A Shein afirma que sua chegada 'revitalizará os centros comerciais na França,' mas os críticos argumentam que os custos reais do fast fashion vão muito além das etiquetas de preço em suas lojas.
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