Cabo solto causou colapso da ponte de Baltimore

Investigação do NTSB revela que colapso da ponte de Baltimore foi causado por cabo solto no navio Dali, com seis mortes. Ponte tinha risco 30x acima do aceitável. Custos de substituição sobem para 4,3-5,2 mil milhões de dólares com conclusão em 2030.

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Colapso catastrófico da ponte atribuído a cabo solto

Investigadores federais determinaram que o colapso catastrófico da Ponte Francis Scott Key em Baltimore em março de 2024 foi causado por um único cabo de energia solto no navio porta-contentores Dali, de acordo com descobertas do National Transportation Safety Board (NTSB). O incidente, que matou seis trabalhadores rodoviários e cortou uma artéria de transporte vital, foi descrito pelos investigadores como 'evitável' e revelou lacunas significativas de segurança tanto nas operações marítimas quanto na infraestrutura de pontes.

Efeito dominó da perda de energia

A investigação mostrou que um cabo de sinal solto no navio porta-contentores de 300 metros desencadeou uma reação em cadeia que acabou por levar à destruição da ponte. 'O cabo solto fez com que um disjuntor fosse acionado, causando um efeito dominó que resultou na perda total de energia em todo o navio,' explicou a presidente do NTSB, Jennifer Homendy, durante uma conferência de imprensa. 'O navio tornou-se incontrolável e derivou diretamente para o suporte da ponte.'

Os investigadores observaram que o cabo não podia ser conectado adequadamente porque uma etiqueta presa a ele bloqueava a conexão. O NTSB comparou a busca por este único cabo defeituoso a 'procurar um parafuso solto na Torre Eiffel,' onde milhares de cabos tiveram que ser testados antes que a causa fosse encontrada.

Vulnerabilidade da ponte e custo humano

A Ponte Francis Scott Key, inaugurada em 1977, mostrou estar quase 30 vezes acima do limiar de risco aceitável para colapso por colisões com navios, estabelecido pela American Association of State Highway and Transportation Officials. 'Se a Maryland Transportation Authority tivesse realizado boas análises de vulnerabilidade, medidas protetoras poderiam ter sido implementadas,' afirmou o relatório do NTSB.

O colapso ocorreu durante a noite, quando trabalhadores rodoviários reparavam buracos no tabuleiro da ponte. Todos os seis trabalhadores mortos faziam parte desta equipa de manutenção. A investigação também revelou que os agentes da polícia destacados na ponte foram alertados quando o navio mudou de curso, mas não alertaram a equipa de construção, privando possivelmente os trabalhadores de cerca de 1 minuto e 29 segundos de tempo de evacuação.

Implicações para a segurança nacional

O NTSB fez 17 recomendações de segurança para prevenir desastres semelhantes, incluindo o uso de imagem térmica para detetar cabos soltos, a implementação de sistemas de alerta para utilizadores de pontes durante emergências e a melhoria dos padrões de etiquetagem de cabos. O conselho também identificou outras 68 pontes em 19 estados construídas antes de 1991 que precisam de análises de risco imediatas, incluindo estruturas icónicas como a Golden Gate Bridge e várias pontes na cidade de Nova Iorque.

'Esta tragédia sublinha a necessidade crítica de protocolos de segurança abrangentes nos nossos sistemas marítimos e de infraestrutura,' disse o especialista em segurança marítima Dr. Michael Chen. 'Um único cabo solto não deveria ser capaz de causar este nível de destruição.'

Desafios e custos de reconstrução

O projeto de substituição da ponte enfrenta atrasos significativos e excesso de custos. Originalmente estimado em cerca de 1,9 mil milhões de dólares com abertura em 2028, a nova ponte está agora projetada para custar entre 4,3-5,2 mil milhões de dólares e só estará pronta no final de 2030. Os custos e prazos aumentados são atribuídos a um novo sistema de proteção para os pilares da ponte e a uma estrutura redesenhada que será mais longa e mais alta que a original.

O porto de Baltimore, um dos mais movimentados da costa leste, sofreu perturbações graves após o colapso, embora o canal de navegação tenha sido totalmente reaberto após cerca de dois meses. O incidente levou a apelos para normas internacionais de navegação que exijam que os navios estejam melhor equipados para lidar com falhas de energia.

Fontes: Relatório Oficial do NTSB, Reportagem da CNN, Investigação do USA Today

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