Governo Trump intensifica combate ao ativismo de esquerda
Os Estados Unidos deram um passo sem precedentes ao designar quatro grupos antifascistas europeus como organizações terroristas, o que representa uma escalada significativa na campanha do presidente Trump contra o ativismo de esquerda. As designações anunciadas pelo secretário de Estado Marco Rubio visam o Antifa Ost da Alemanha, a Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionário Internacional da Itália, e a Autodefesa de Classe Revolucionária e Justiça Proletária Armada da Grécia.
Detalhes e consequências da designação
A designação pelo Departamento de Estado, que entra em vigor em 20 de novembro de 2025, classifica esses grupos como Especialmente Designados como Terroristas Globais, colocando-os na mesma categoria que o ISIS-K e al-Shabaab. Isso significa que cidadãos, organizações e empresas americanas estão proibidos de apoiar esses grupos, e seus ativos nos Estados Unidos serão congelados.
O secretário Rubio declarou que essas designações "apoiam o Memorando Presidencial de Segurança Nacional-7 do presidente Trump, que visa interromper redes antifascistas que usam violência política e atos terroristas para minar instituições democráticas e direitos constitucionais."
Acusações específicas contra grupos designados
De acordo com a documentação do Departamento de Estado, o Antifa Ost é acusado de numerosos ataques na Alemanha entre 2018-2023 contra indivíduos considerados fascistas, incluindo incidentes durante os protestos em Budapeste em 2023, onde manifestações antifascistas se tornaram violentas.
O grupo grego Autodefesa de Classe Revolucionária é acusado de ser responsável por dois ataques com bombas caseiras em estações de trem gregas em 2024 e um ataque ao Ministério do Trabalho da Grécia em 2025. O grupo italiano está associado a décadas de ações violentas, incluindo cartas-bomba e tiroteios.
Contexto político e reações
Este passo segue a ordem executiva do presidente Trump de setembro que designou o Antifa como organização terrorista doméstica, embora especialistas jurídicos tenham questionado a constitucionalidade de tais designações para grupos domésticos. A ação representa uma expansão significativa dos esforços americanos de combate ao terrorismo além dos grupos extremistas islâmicos tradicionais para movimentos políticos de esquerda.
As designações geraram reações mistas internacionalmente. Na Europa, alguns governos expressaram preocupação com a ampla aplicação de designações terroristas a movimentos políticos. Um ex-funcionário de inteligência holandês observou que, embora o Antifa possa ser considerado extremista, "designá-lo como organização terrorista representa uma escalada significativa que pode ter implicações para a resistência política em toda a Europa."
O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán seguiu o exemplo de Trump ao designar o Antifa como organização terrorista, chamando-o de "uma organização violenta e criminosa que tem como alvo pessoas pacíficas na Hungria."
Implicações mais amplas
As designações ocorrem em meio à crescente polarização política tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Críticos argumentam que a ampla aplicação de designações terroristas a grupos antifascistas pode criminalizar protestos políticos legítimos. Defensores mantêm que a ação é necessária para combater o que descrevem como violência política crescente de grupos extremistas de esquerda.
Como observou um analista de segurança europeu: "Isso representa uma mudança fundamental em como os governos ocidentais abordam a violência política. O foco tradicional no terrorismo islâmico agora se expande para o que alguns veem como ameaças políticas domésticas tanto da extrema-direita quanto da extrema-esquerda."
As designações provavelmente terão implicações significativas para a cooperação internacional de combate ao terrorismo e podem estabelecer precedentes para como outros países abordam movimentos políticos semelhantes.