Expansão da UE Ganha Momento Durante Mudanças Geopolíticas
O relatório de expansão 2025 da Comissão Europeia mostra uma União que se prepara ativamente para a expansão mais significativa em décadas, com dez países candidatos em várias fases do processo de adesão. A avaliação chega em um momento geopolítico crucial, onde a guerra da Rússia contra a Ucrânia dá nova urgência à estratégia de expansão da UE. 'Um continente unido é a resposta mais forte para aqueles que querem dividir e desestabilizar a Europa,' declarou a comissária da UE para a Expansão, Marta Kos, durante a apresentação do relatório em Bruxelas.
Líderes Estabelecem Prazos Ambiciosos
Montenegro e Albânia emergem como os claros líderes na corrida de adesão. Montenegro, que iniciou negociações em 2012, visa concluir as conversas até o final de 2026. A Comissão elogiou o 'compromisso político contínuo' de Podgorica e os resultados tangíveis de reformas, embora tenha sido observado que as instituições democráticas permanecem vulneráveis a crises políticas. Montenegro deve melhorar seu histórico em processos de corrupção de alto nível e aumentar a eficiência judicial, de acordo com a avaliação oficial.
Albânia, candidata desde 2014, mira 2027 para conclusão da adesão. O relatório destaca progresso significativo em reformas judiciais e combate ao crime organizado, mas enfatiza que a implementação e consolidação de sistemas democráticos permanecem condições fundamentais. 'Precisamos nos esforçar para mudar a narrativa em relação à UE,' reconheceu a presidente do parlamento sérvio Ana Brnabić, refletindo sobre desafios semelhantes na região.
Ucrânia e Moldávia: Resiliência Durante Conflito
Ucrânia e Moldávia alcançaram progresso notável apesar de desafios sem precedentes devido à agressão russa. A Ucrânia deve acelerar reformas para atingir sua meta de 2028, com a Comissão observando que o país 'mostrou continuamente resiliência notável e forte compromisso com seu caminho europeu apesar da escalada da guerra contínua da Rússia.' No entanto, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán continua bloqueando as negociações de adesão da Ucrânia, representando um obstáculo significativo.
A Moldávia mostrou progresso particular, com a comissária Kos declarando que o país 'alcançou o maior progresso em um ano entre todos os candidatos.' Apesar das tentativas de desestabilização russa e ameaças à segurança energética, Chisinau mantém seu objetivo de concluir as negociações no início de 2028.
Bálcãs Ocidentais: Progresso Misto e Desafios Políticos
O relatório mostra um quadro misto nos Bálcãs Ocidentais. A implementação de reformas na Sérvia 'desacelerou significativamente' devido ao aumento da polarização política e protestos que duram anos. A Comissão criticou especificamente a 'narrativa anti-UE que não é apenas visível na mídia sérvia, mas também usada por funcionários políticos, incluindo no mais alto nível.'
Bósnia e Herzegovina mostra oportunidades para aceleração apesar de crises políticas, após apresentar sua Agenda de Reformas e progredir no alinhamento legislativo com padrões da UE. A Macedônia do Norte mantém alinhamento completo com a política externa da UE e permanece engajada em iniciativas regionais, embora emendas constitucionais ainda sejam necessárias para progresso.
Processos Estagnados e Considerações Estratégicas
Geórgia e Turquia enfrentam processos de adesão praticamente congelados. 'A Geórgia atualmente não tem um caminho viável para a UE, a menos que as condições mudem drasticamente,' declarou a comissária Kos, referindo-se à repressão de opositores pelo governo e à aproximação com Moscou. A Turquia mostra mais retrocessos em direitos fundamentais e normas do Estado de Direito.
A Comissão enfatiza que a expansão não é mais opcional, mas uma necessidade estratégica. Pela primeira vez, o relatório esboça a necessidade de 'garantias mais fortes' em futuros tratados de adesão para prevenir retrocessos em compromissos. Como observou o ministro das Relações Exteriores polonês Radosław Sikorski, 'a adesão à UE não é uma obrigação, mas uma escolha livre feita por um país e seus cidadãos.'
A UE considera reformas internas para acomodar novos membros, incluindo possíveis períodos de transição e restrições de voto para recém-chegados. Isso reflete lições de expansões anteriores onde países como a Hungria prejudicaram o funcionamento da União enquanto retrocediam em obrigações do Estado de Direito.
O Caminho a Seguir
Com 2026 identificado como um 'momento da verdade para todos os países candidatos,' o próximo ano será crucial para determinar quais países podem manter o momentum das reformas. O processo de expansão permanece estritamente baseado em mérito, exigindo aprovação unânime de todos os 27 atuais estados-membros, mesmo após a conclusão das negociações. Enquanto a UE se prepara para seu próximo capítulo, a necessidade estratégica de expansão como resposta aos desafios geopolíticos nunca foi mais clara.