África desafia a distorção do mapa de Mercator
Os 55 países da União Africana lideram uma iniciativa global para substituir a projeção tradicional de Mercator pelo mapa Equal Earth. Este movimento visa corrigir séculos de má representação geográfica que minimizaram a escala real da África.
Problema histórico de distorção
A projeção de Mercator, criada pelo cartógrafo flamengo Gerard Mercator em 1569, foi projetada para navegação, mas distorce significativamente as massas terrestres. As áreas próximas aos polos parecem desproporcionalmente grandes, enquanto regiões equatoriais como a África encolhem visualmente. Apesar de a África ser o segundo maior continente, os mapas de Mercator fazem com que pareça menor do que a Europa - embora apenas a República Democrática do Congo seja maior do que a Europa Ocidental.
Solução Equal Earth
A projeção Equal Earth, desenvolvida em 2018 pelos cartógrafos Bojan Šavrič, Bernhard Jenny e Tom Patterson, preserva tamanhos relativos precisos das massas terrestres. Esta projeção pseudocilíndrica de área igual mantém tanto o apelo visual quanto a precisão geográfica. A União Africana afirma que isso corrige um desequilíbrio psicológico em que as crianças veem a África como 'insignificante', apesar de seus 1,3 bilhão de habitantes e vastos recursos.
Campanha #CorrectTheMap
As ONGs Africa No Filter e Speak Up Africa lançaram a iniciativa #CorrectTheMap, chamando a projeção de Mercator de 'a mais antiga campanha de desinformação'. Elas focam em materiais educacionais e plataformas digitais como o Google Maps, que ainda usam Mercator. A campanha ganhou tração no nível da ONU como parte de esforços mais amplos de descolonização na representação global.