Ministro russo das Relações Exteriores discursa na Assembleia da ONU
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, fez um importante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, onde buscou acalmar os temores sobre as intenções de Moscou em relação à Europa, mas ao mesmo tempo advertiu que qualquer agressão contra a Rússia será respondida com força.
Lavrov, que é o principal diplomata da Rússia há mais de vinte anos, abordou especificamente as preocupações de que a Rússia possa expandir suas operações militares além da Ucrânia para outros países europeus. 'A Rússia não planeja atacar países europeus após a Ucrânia, mas qualquer agressão contra nossa nação será respondida com determinação,' declarou Lavrov perante a audiência internacional.
Refutação de acusações ocidentais
O ministro russo contestou o que descreveu como acusações infundadas de líderes da OTAN e europeus. 'O presidente Putin refutou repetidamente essas alegações,' afirmou Lavrov, argumentando que a própria Rússia enfrenta ameaças de potências ocidentais. Seus comentários surgiram apenas horas depois que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky advertiu que Vladimir Putin estava preparando ataques a países europeus adicionais.
Lavrov também deixou claro que Moscou não espera que a Ucrânia recupere todo o território perdido para as tropas russas desde a invasão de 2022. 'Esperar que a Ucrânia recupere todo o território ocupado equivaleria a cegueira política,' declarou ele, possivelmente referindo-se a comentários recentes do presidente americano Donald Trump que sugeriam que as tropas ucranianas poderiam reconquistar seu país.
Incidentes fronteiriços em escalada
O discurso diplomático segue semanas de tensões crescentes entre a Rússia e os países membros da OTAN. Em 10 de setembro, drones russos entraram no espaço aéreo polonês, levando caças da OTAN a interceptar e abater várias aeronaves não tripuladas. A Polônia classificou o incidente como uma 'provocação deliberada' e invocou o Artigo 4 do tratado da OTAN, que exige consultas urgentes entre aliados.
Nove dias depois, a Estônia convocou representantes da OTAN depois que três caças russos invadiram seu espaço aéreo sem autorização. A aliança emitiu uma forte condenação, descrevendo um 'padrão de comportamento cada vez mais irresponsável' por parte de Moscou. A OTAN prometeu implantar 'todos os meios necessários' para defesa coletiva de acordo com o direito internacional.
A situação escalou ainda mais quando a Dinamarca fechou aeroportos e a Noruega fechou o aeroporto de Oslo após múltiplos avistamentos de drones. Funcionários da Comissão Europeia apontaram a responsabilidade russa por essas ações, com a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen chamando-as de 'o maior ataque à nossa infraestrutura até agora'.
De acordo com https://www.theguardian.com/world/2025/sep/27/putin-preparing-to-attack-another-european-country-zelenskyy-says, os avisos de Zelensky destacam a crescente preocupação entre os líderes europeus sobre as intenções de Moscou.