Suíça flexibiliza neutralidade para salvar indústria bélica

Suíça flexibiliza regras de exportação de armas para combater crise na indústria de defesa, apesar de tradição de neutralidade de 200 anos.

Parlamento suíço flexibiliza rigorosas regras de exportação de armas

Em uma decisão inovadora que desafia a tradição secular de neutralidade, o parlamento suíço aprovou medidas para flexibilizar as rigorosas regras de exportação de armas. Este passo segue graves problemas na indústria de defesa, enquanto concorrentes europeus prosperam com o aumento dos gastos militares.

Pressão econômica leva a mudança de política

A indústria bélica suíça, historicamente conhecida por equipamentos militares de alta qualidade "fabricados na Suíça", enfrenta regras rigorosas de exportação que proíbem a venda de armas para países em conflitos armados. Isso afetou principalmente vendas potenciais para a Ucrânia e outras zonas de conflito.

Marcus Graf da Thales em Zurique reagiu com alívio: "Isso nos ajuda enormemente e aumenta o emprego. Tenho os formulários de pedido prontos - basta assinar e podemos entregar o que você quiser."

Neutralidade versus realidade econômica

A neutralidade da Suíça remonta a 1815, estabelecida pelos vencedores das guerras napoleônicas. Este status manteve o país fora de grandes conflitos, incluindo ambas as Guerras Mundiais. No entanto, a realidade econômica atual exige uma reconsideração desta política.

As novas regras permitem que 25 países ocidentais, incluindo Holanda e Alemanha, revendam armas suíças para a Ucrânia, por exemplo.

Oposição política e sentimento público

O político do PS Fabian Molina criticou a decisão: "Minha pena pela indústria de armas não é tão grande. Isso prejudica nossa neutralidade e papel como outsider. A tradição de neutralidade é jogada fora por ganhos econômicos."

Muitos suíços valorizam a neutralidade. Um residente de Zurique: "Sou grato pela nossa neutralidade - ela nos convém. A Suíça pode muito bem sem exportação de armas; temos dinheiro suficiente."

Longo caminho para a recuperação

Mesmo com mudanças nas regras, especialistas alertam que a construção de confiança leva tempo. O lobista Matthias Zoller estima que "levará de 10 a 15 anos para que a confiança seja restaurada" antes que os países ocidentais comprem produtos suíços novamente.

O Conselho Federal suíço mantém o direito de bloquear acordos de armas, o que pode tornar as armas suíças menos atraentes do que as alemãs ou francesas.

Fonte: NOS Nieuws

Mei Zhang

Mei Zhang é uma premiada jornalista ambiental da China, reconhecida por seus impactantes relatórios sobre sustentabilidade. Seu trabalho ilumina desafios e soluções ecológicas críticas.

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