Energia solar e eólica superam carvão pela primeira vez na história

Energia solar e eólica geraram mais eletricidade que carvão pela primeira vez, com 34,3% vs 33,1% no primeiro semestre de 2025. A China liderou o crescimento solar enquanto políticas dos EUA ameaçam energia limpa.

Ponto de virada histórico na transição energética global

Pela primeira vez na história, a energia solar e eólica geraram mais eletricidade globalmente do que o carvão, marcando um ponto de virada crucial na transição energética mundial. De acordo com o relatório Global Electricity Mid-Year Insights 2025 do think tank de energia Ember, essa mudança histórica ocorreu no primeiro semestre de 2025, com fontes renováveis atingindo 34,3% da produção global de eletricidade, comparado a 33,1% do carvão.

Crescimento recorde da energia solar lidera o caminho

A energia solar foi a grande protagonista com um crescimento impressionante de 31% no primeiro semestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior. A energia eólica também mostrou forte crescimento de 7%. "Este pode ser um ponto de virada crucial," afirma o relatório, enfatizando que fontes de energia limpa estão acompanhando o crescimento da demanda de eletricidade pela primeira vez.

Papel dominante da China na expansão renovável

A China foi responsável por mais da metade do crescimento global da energia solar, com enormes parques solares como os de Yinchuan impulsionando a expansão. O país já atingiu suas metas de capacidade eólica e solar para 2030 com seis anos de antecedência. A Índia também contribuiu significativamente para o boom das energias renováveis, com ambos os países registrando quedas na produção de combustíveis fósseis, apesar de serem os maiores consumidores de carvão do mundo.

Diferenças regionais nas políticas energéticas

Enquanto a Ásia lidera a revolução renovável, a União Europeia e os Estados Unidos seguiram direção oposta. Na Europa, menores velocidades do vento e produção reduzida de energia hidrelétrica levaram a maior dependência de combustíveis fósseis. A situação nos EUA é mais preocupante, com o governo Trump desmantelando sistematicamente iniciativas climáticas. "O pior ataque da Casa Branca na história ao meio ambiente e à saúde pública," segundo organizações ambientais, levou a Agência Internacional de Energia a reduzir pela metade suas projeções para a produção de energia limpa americana em 2030.

Demanda de eletricidade e desafios climáticos

A demanda global de eletricidade continua crescendo rapidamente, impulsionada por data centers, veículos elétricos e crescimento populacional. O fato de as energias renováveis terem atendido a essa demanda crescente enquanto a produção de combustíveis fósseis diminuía representa uma conquista significativa. No entanto, ondas de calor em 2024 causaram picos na demanda de eletricidade que aumentaram temporariamente o uso de combustíveis fósseis, destacando os desafios contínuos das mudanças climáticas.

Perspectivas futuras e implicações políticas

A Agência Internacional de Energia projeta que a produção global de energia limpa pode dobrar até 2030, principalmente impulsionada pela energia solar. No entanto, isso depende de apoio político contínuo e investimentos. A divergência atual entre regiões mostra que a liderança política permanece crucial para acelerar a transição energética. Como observou um analista de energia: "2025 pode ser lembrado como o ano em que os combustíveis fósseis atingiram seu pico na produção global de eletricidade."

James O’Connor

James O’Connor é um jornalista irlandês especializado em diplomacia internacional. Sua cobertura perspicaz examina as relações globais e a resolução de conflitos através de uma lente humanística.

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