Política Climática Global Entra em Nova Fase em 2025
A política climática está passando por uma transformação fundamental em 2025, com preocupações sobre segurança energética impulsionando cada vez mais a transição dos combustíveis fósseis, em vez de motivações puramente climáticas. De acordo com o Statistical Review of World Energy do Energy Institute, este ano marca uma mudança de paradigma, na qual os países priorizam sistemas energéticos resilientes e descentralizados como forma de gerenciamento de risco econômico.
Da Mitigaçāo Climática à Independência Energética
A abordagem tradicional da política climática focava principalmente na redução das emissões de gases de efeito estufa para atingir os objetivos do Acordo de Paris. No entanto, tensões geopolíticas recentes e a volatilidade nos mercados de energia reformularam as prioridades. "Estamos vendo uma migração da negação científica para uma negação de que as medidas econômicas contra as mudanças climáticas podem ser boas para a economia e para as pessoas", disse André Corrêa do Lago, diretor da conferência climática da ONU de 2025 (COP30).
Essa mudança ocorre enquanto 2024 foi confirmado como o ano mais quente desde o início dos registros em 1850, com temperaturas globais atingindo 1,6°C acima dos níveis pré-industriais, de acordo com o Copernicus Climate Change Service. A urgência é clara, mas a abordagem está evoluindo.
Motivações Econômicas no Centro do Debate
Os países estão cada vez mais vendo os investimentos em energias renováveis como decisões econômicas estratégicas, em vez de obrigações ambientais. A busca pela independência energética por meio de tecnologias solares, eólicas e outras tecnologias limpas agora é enquadrada como "mitigação de riscos" em um cenário global cada vez mais volátil.
Pesquisas publicadas na Nature Climate Change indicam que a Terra provavelmente entrou no período de 20 anos que atingirá o limite de aquecimento de 1,5°C do Acordo de Paris. Essa realidade científica, combinada com as preocupações sobre segurança energética, cria um impulso sem precedentes para a implantação de energia limpa.