Brasil vive hype de bonecas reborn onde mulheres encontram conforto em bonecas bebês hiper-realistas, abordando traumas de infância e necessidades emocionais.

A Obsessão Crescente do Brasil por Bonecas Reborn
O Brasil está experimentando um surgo de popularidade sem precedentes por bonecas bebês hiper-realistas conhecidas como "bebês renascidos". Estas criações incrivelmente realistas, que custam entre R$ 1200 e R$ 9000, estão cativando mulheres em todo o país que encontram conforto, cura e nostalgia ao cuidar desses bebês artificiais.
A Conexão Emocional
Gracinha Maria de Lima, de Jacarepacua, Rio de Janeiro, representa a típica entusiasta de bonecas reborn. Ela caminha orgulhosamente por seu bairro com Laurinha, sua boneca reborn de três meses que parece tão real que os transeuntes fazem double take. "Eu a acaricio e cuido dela como um bebê de verdade, embora saiba que ela não está viva. Não sou louca", enfatiza Gracinha.
Sua coleção de quatorze bonecas reborn começou como mecanismo de coping após a morte de sua filha em 2019. "Percebi que me confortava, e assim começou meu hobby. Quando me sinto triste, falo com minhas bonecas. Eu as abraço e até mesmo dou mamadeira."
Os Artistas Por Trás da Mágica
Em ateliês por todo o Brasil, artistas habilidosas como Janaina Affonso pintam cuidadosamente membros de vinil com pincéis minúsculos, criando características surpreendentemente realistas incluindo poros visíveis, cílios e minúsculas unhas. Estas artesãs são carinhosamente chamadas de "cegonhas" porque "entregam" os bebês às suas novas famílias.
Janaina explica as diversas motivações por trás da tendência: "Às vezes mulheres não puderam ter filhos e sentem falta dessa experiência. Há mães com filhos adultos que anseiam pelos anos de bebê. Até recebo pedidos para fazer modelos de bebês a partir de fotos das filhas adultas de clientes."
Abordando a Privação da Infância
Em um país com significativa desigualdade de riqueza, muitas mulheres de origens pobres estão reivindicando infâncias roubadas através dessas bonecas. "Frequentemente mulheres me contam que cresceram sem bonecas porque não havia dinheiro", observa Janaina. "Ou tiveram que trabalhar quando crianças para sustentar suas famílias. Agora como adultas, querem recuperar esse tempo perdido com essas bonecas realistas."
Quando Fantasia e Realidade se Encontram
O fenômeno ocasionalmente levou a situações incomuns. Algumas mulheres levaram suas bonecas reborn "doentes" a hospitais esperando exames médicos. Outras usam prioridades para bebês em lojas, enquanto um homem acidentalmente bateu no que pensou ser uma boneca em um carrinho - só para descobrir que era um bebê real. Felizmente o bebê não se machucou.
Reconhecimento Político e Cultural
Políticos brasileiros agora consideram regulamentações para prevenir abusos de bonecas reborn, enquanto a câmara municipal do Rio de Janeiro propõe estabelecer um "Dia da Cegonha" em 4 de setembro para homenagear as artistas. Apesar das críticas do prefeito, entusiastas como Janaina planejam grandes eventos para celebrar a crescente comunidade de amantes de bonecas reborn em todo o Brasil.