Um novo nanomaterial chamado CHESS torna as geladeiras 70% mais econômicas e elimina o ruído dos compressores. A tecnologia, desenvolvida pela Johns Hopkins APL e Samsung, usa materiais mínimos e tem potencial para aplicações em ar-condicionado e conversão de energia.

Há anos, somos apresentados a geladeiras 'inteligentes' com telas sensíveis ao toque. Um novo avanço na tecnologia de refrigeração é verdadeiramente inteligente: geladeiras tornam-se 70% mais econômicas de uma só vez, sem compressor, portanto sem zumbido, e ainda por um preço acessível.
A maioria das geladeiras que usamos em casa possui um compressor. Uma tecnologia comprovada e bastante eficaz para circular o refrigerante e manter a geladeira fria. No entanto, há limites para a eficiência energética dessa tecnologia, e além disso, um compressor sempre faz barulho. Mesmo as geladeiras mais caras emitem um zumbido, se o ambiente estiver suficientemente silencioso.
Alternativas silenciosas até agora não eram potentes o suficiente para geladeiras grandes, sendo encontradas, por exemplo, em minibares de quartos de hotel – que, naturalmente, não devem fazer barulho. Um avanço agora torna possível geladeiras grandes silenciosas e muito mais econômicas. Pesquisadores do Johns Hopkins Applied Physics Laboratory (APL), em colaboração com a Samsung Research, desenvolveram um avanço na tecnologia de resfriamento de estado sólido, que funciona sem compressor.
Nanomaterial é muito mais eficiente
O resfriamento de estado sólido funciona com resfriamento termoelétrico. A novidade é o uso de nanomateriais que resfriam duas vezes mais eficientemente do que os sistemas existentes. Além disso, o material pode ser produzido em larga escala com facilidade, segundo os pesquisadores.
A tecnologia utiliza o material 'Controlled Hierarchically Engineered Superlattice Structures', ou CHESS. Essa película fina de nanomaterial transfere calor com mais eficiência do que os materiais convencionais. Testes mostraram que os materiais CHESS são quase 100% mais eficientes em temperatura ambiente do que os materiais térmicos tradicionais. Em uma geladeira, o material é 70% mais eficiente do que o melhor resfriamento termoelétrico disponível atualmente.
Muito pouco necessário e mais aplicações
A parte mais sci-fi da descoberta: é necessário extremamente pouco material para que funcione bem. A película de resfriamento CHESS que deve ser aplicada em geladeiras tem apenas 0,003 centímetros cúbicos. Segundo os pesquisadores, é necessário apenas 1 grão de areia do material por geladeira para resfriar eficientemente. Isso torna a produção em massa bastante simples e, segundo os pesquisadores, muito barata.
APL e Samsung Research continuam colaborando para desenvolver ainda mais a tecnologia CHESS, com o objetivo de expandi-la para sistemas de resfriamento maiores com otimização de energia controlada por IA. Os pesquisadores também veem aplicações mais amplas, como em sistemas de ar-condicionado. O material também poderia ser usado para converter calor corporal em energia, dada sua alta eficiência. Em breve, você poderá carregar seu telefone enquanto corre.